Por Rany Veloso
Os reitores da UFPI (Universidade Federal do Piauí) e IFPI (Instituto Federal do Piauí), os professores doutores Gildásio Guedes e Paulo Borges, estavam entre os 100 representantes das universidades e institutos federais na reunião com o presidente Lula nesta quinta-feira (19), no Palácio do Planalto, em Brasília. Ao blog, eles defenderam a autonomia das universidades, recomposição do orçamento e permanente diálogo com o governo.
Gilsádio Guedes ressaltou que o déficit financeiro da UFPI é de pelo menos R$ 25 milhões. O orçamento da União reservado para a universidade em 2023 sofreu um corte de R$ 3 milhões em comparação a 2022, de R$ 95 para R$ 92 milhões.
"Se a gente não tiver dinheiro novo, nós teremos aí uma de R$ 20 a R$ 25 milhões neste ano. É o mínimo que precisamos para a gente manter a contento o desenvolvimento das nossas necessidades", afirmou.
Caso a demanda não seja atendida, o funcionamento da Universidade pode estar comprometido. "Nós temos dificuldades sim. Se a gente mão tiver dinheiro novo, nós teremos dificuldades para a manutenção da universidade, principalmente custeio, que é aquela limpeza, a manutenção dos prédios, a compra de insumos para laboratórios".
No IFPI a situação não é diferente, o corte também foi de R$ 10 milhões, de R$ 67 milhões em 2022 para R$ 57 milhões em 2023. Mas o reitor Paulo Borges fez questão de elogioar a postura de Lula pela iniciativa e disse que os reitores estão alinhados politicamente com o novo presidente ao citar esperança, boa relação e democracia.
"E isso é uma demonstração de que será uma relação boa, democrática, com muito diálogo entre essas instituições e o Ministério da Educação. Isso é o que transpareceu na reunião. Isso é um novo alento, quer dizer que politicamente nós estamos alinhados com aquilo que o presidente Lula quer fazer, reconstrução do país, principalmente no que diz respeito à educação", inferiu Paulo Borges.
ENCONTRO DOS REITORES COM LULA
Durante o encontro, Lula garantiu a autonomia das universidades e institutos federais e se comprometeu em respeitar a lista tríplice, escolhendo sempre o primeiro dos indicados; retornar com o Fundo para investimento em Ciência e fazer reajuste no valor das bolsas para pesquisadores.
O reitor da UFPI foi o segundo da lista tríplice, mesmo assim foi escolhido por Bolsonaro.
O presidente também criticou Bolsonaro e disse que agora começa um novo período. "Estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo".
O presidente da Andifes, Ricardo Marcelo Fonseca, chamou atenção para o movimento inédito ao afirmar que tinha reitor que não sabe o que é uma reunião com um presidente da República.