A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve chegar a 302 milhões de toneladas, um crescimento de 14,7% em relação ao ano passado. E o município de Baixa Grande do Ribeiro é um dos responsáveis pelo recorde de produção de alimentos no país. Em apenas 20 anos, a produção de soja e milho do município cresceu 1.825% (dados da Pesquisa Agrícola Municipal) fazendo com que a cidade, que tem apenas 31 anos de criação, assumisse a liderança estadual da produção agrícola depois de superar Uruçui e Ribeiro Gonçalves, município que lhe deu origem. "Estamos garantindo uma infra-estrutura para que a cidade possa atrair mais investimentos e gerar mais empregos", diz o prefeito José Luís Sousa (PT)
Segundo o IBGE, o agronegócio já é o maior empregador do município de 11.700 habitantes. As mais de 80 fazendas de grande, médio e pequeno porte e as empresas da cadeia produtiva empregam 1800 pessoas. Dados referentes à 2019, apontam Baixa Grande como o 6º maior PIB do estado superando Bom Jesus, Campo Maior e Piripiri. A oferta de postos de trabalho tem atraído muitos trabalhadores à cidade localizada a 592 km de Teresina. "A terra é boa para o plantio e temos comprador certo para a produção", garante o produtor Nelson Bossoli. Ele e a mulher deixaram o Paraná para plantar soja em uma área de 420 hectares. Graças aos elevados índices pluviométricos, os produtores conseguem duas safras de grãos nas terras de Baixa Grande.
A migração tem reflexos na Educação do município. Somente este ano, a escola de ensino fundamental Benilde Macedo matriculou 40 crianças transferidas de outros estados e até da capital . "Meus pais deixaram Teresina por medo da violência. Viemos para um lugar mais tranquilo para viver", diz a estudante Olga Feitosa, 11 . A maioria, no entanto, mudou com a família por motivo de trabalho. "Estamos abrindo novas salas de aula e o projeto é construir mais escolas para atender à desmanda", afirma a diretora Josilene Costa.
Investindo recursos próprios, a Prefeitura vai construir um Aeroporto, cuja área já foi homologada pela Agência Nacional de Aviação. " Para nós não é luxo, trata-se de uma necessidade devido às grandes distâncias entre os municípios", explica o prefeito. Por falar em distância, o município é o segundo maior do estado com extensão territorial de 7.808 km ² e comunidades que ficam a 250km da sede. Com isso, o atendimento comunitário feito por 10 profissionais de saúde tornou-se um trunfo na assistência básica.
A falta de estradas é o maior entrave ao desenvolvimento da cidade. Os dois principais acessos à Baixa Grande estão em péssimas condições. É o caso da BR-297 que tem apenas 110 km e liga o município a Uruçui e que é utilizado para o escoamento de cargas. Pelo menos 20 km estão intrafegáveis. A outra estrada, que dá acesso à Balsas (MA), a PI 244 e BR-324 também estão em condições precárias.