Mais de sete mil pedreiros, mestres de obras e demais trabalhadores da construção civil foram demitidos nos últimos quatro anos no Piauí devido à falta de investimento do governo federal no programa habitacional que contempla pessoas mais pobres.
Com o retorno do Minha Casa, Minha Vida, a estimativa é de que as admissões superem esse número e o estado possa arrecadar R$ 700 milhões provenientes dos investimentos, segundo o presidente do Sinduscon (Sindicato das Empresas de Construção Civil), Guilherme Fortes, em entrevista ao Programa Notícias da Boa (TV JMN).
Fortes acredita que a nova modelagem do MCMV, lançado esta semana pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), vai aprimorar o programa que, no Piauí, já construiu 80 mil imóveis. “ O foco é o público de baixa renda, mas também haverá a inclusão de imóveis para a classe média”, diz. “Moradia é dignidade. Se você tem uma residência em seu nome, toda sua vida é facilitada”, acrescenta.
Além de novidades como o aluguel social, que deve contemplar pessoas em situação de rua, o programa habitacional também prevê a reurbanização de áreas ocupadas, onde as famílias vivem em situação de risco, diz Fortes.
Ele teve uma reunião com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. Segundo o presidente do Sinduscon, há um entendimento de que os conjuntos habitacionais precisam ser localizados mais próximos dos centros das cidades, como forma de evitar a exclusão dos beneficiários – esse é um ponto a ser corrigido no novo MCMV. Residenciais distantes concentravam o maior índice de abandono.
A opção do governo Bolsonaro pela exclusão das faixas mais pobres do Programa Habitacional Casa Verde Amarela pode ser mensurada através dos números. O orçamento para a faixa salarial de até um salário mínimo e meio era de R$ 30 milhões. O governo Lula planeja agora investir R$ 90 bilhões.
CASAS NO CENTRO
Representantes do Sindicato da Construção Civil também querem contribuir para a revitalização do centro comercial de Teresina. Para isso, apresentaram à Prefeitura, um projeto que prevê a construção de imóveis no centro expandido.
A ocupação de regiões de centros comerciais por residências é apontada por especialistas em arquitetura e urbanismo como soluções para a evitar a degradação e a situação de abandono como verificada na capital piauiense. “As pessoas voltarão a morar no centro, o que vai movimentar a área gerando melhorias estruturais”, acredita.