Veio de um petista histórico, o deputado federal Merlong Solano, a crítica mais contundentes à estratégia eleitoral que o Partido usou para as eleições municipais do Piauí. Em Entrevista à TV e Rádio Jornal, ele criticou o inchaço de novos filiados, questionou a decisão de candidatura própria na capital e alertou para a necessidade de uma mudança de estratégia de atração de lideranças, iniciada ainda noo governo Wellington Dias e que se manteve com o governador Rafael Fonteles ."Pode não ser a mais adequada", diz.
Ao analisar o pleito eleitoral deste ano no estado, o deputado petista reconheceu ser "inquestionável que vivemos um revés em grandes centros", fenômeno que ele diz não ser local, mas que está presente em todo país. "Estamos disputando o segundo turno em apenas 4 capitais e temos chances de eleger apenas em Fortaleza, onde a disputa está muto acirrada. Apesar disso, ele considera um equívoco as análises de que o governador saiu derrotado das urnas. "Mais do que dobramos o número de prefeitos eleitos, aumentamos muito a votação e elegemos mais vereadores", informa. "Há uma dificuldade do PT em relação às grandes massas urbanas. Uma reação contrária à ampliação dos espaços dos partidos de esquerda", acredita. "Se não fosse isso, Rafael teria conseguido vitórias já que sua aprovação é muito boa ", completa
E qual é o problema?
"A estratéria de trazer muitas lideranças pode não ser a mais adequada", opina o parlamentar. "Talvez fosse o caso de não ter lançado candidatura própria em Teresina. E em Parnaíba, foi o melhor candidato?", questiona sobre a candidatura derrotada do deputado estadual DR Helio. Solano entende que o eleitor rejeitou a estratégia adotada pela base aliada de fortalecer as candidaturas com o fato do PT já estar no comando dos governos estadual e federal."SIlvio Mendes exlorou isso e explorou bem", diz. No entanto, ele não tem restrição ao nome do deputado Fábio Novo que, segundo ele, fez uma excelente campanha e é um nome que se mostrou muito identificado com as demandas da cidade. Para ele, venceram " o conservadorismo e prepondederância de sentimentos religiosos que tentam restringir espaços à esquerda"
Debandada de Neopetistas
"Quando reelegemos Wellington Dias por 4 vezes, seguimos a estratégia de ampliar alianças formando coligações. No quarto mandato, mudamos para trazer as lideranças para dentro do PT. Foi uma resposta à legislação eleitoral e porque a visão prioritária no Partido era eleger o governador. Para ele, no entanto, essa estratégia já chegou ao ponto final, com o risco do Partido perder identidade com a vinda de figuras que não se adequam ao PT . "O PT não deve se isolar ou perder a capacidade competitiva mas precisamos melhor controle das filiações", diz ele acreditando que um filtro para a vinda de neopetistas vai impactar na escolha dos novos dirigentes do Partido, marcada para junho de 2025
O parlamentar também prevê que " parte das lideranças que entraram nao ficarão no PT quando passar a onda PT. "Na hora que deixar de ser Governo, de ser Presidência, uma parte das lideranças conquistadas pelo viés mais eleitoral vai abandonar o Partido"
SObre as filiações no Piauí, Solano faz mea culpa ao dizer que faltou um debate mais aprofundado para refletir se "deveriamos ter aberto a porta de fliações. Eu também aceitei isto,poderia ter questionaao na ocasião, mas não enxergei o risco de tal magnitude.Essa discussao está sendo travada". finaliza.