Lista: 9 deputadas votam contra igualdade de salário para homem e mulher

PL do Executivo foi aprovado nesta quinta com votos de 325 parlamentares de vários partidos

Dentre os 36 parlamentares que votaram contra o projeto de lei aprovado hoje, 04, pela Câmara dos Deputados para  garantir igualdade salarial e remuneratória entre mulheres e homens para o exercício de mesma função, nove são mulheres. Gente como a advogada Rosângela Moro (União/SP) que, em discurso na Tribuna no 8 de março, dia Internacional da Mulher, bradou "por mais respeito às mulheres do Brasil". O projeto da paridade salarial  foi apresentado pelo Executivo e visa corrigir uma desigualdade histórica no país

Em seu perfil na rede social instagram, a deputada Silvia Wiãipi (PL/AP) se apresentada como "defensora da mulher e da família". Em fevereiro, ela comemorou os 91 anos do voto feminino, uma conquista importante para garantir que a mulher pudesse pudesse exercitar sua cidadania no processo de escolha dos seus representantes . Wiãpi também votou contra a proposta.

Formada em Administração Pública, empreendedora, mestre e doutora pela FGV, com passagem pela École Superière des Sciences Économiques (ESSEC), em Paris, Adriana Ventura (Novo/RJ) é tem o "melhor curriculo" entre os parlamentares brasileiros. Sua tese de doutorado foi sobre Ética e Integridade mas nesta quinta, ela votou para que os saláriosde homens e mulheres sigam diferenciados no país. As demais deputadas que seguiram Ventura são Chris Tornietto (PL/RJ), Dani Cunha (União;RJ),Carla Zambelli (PL/SP), Bia Kicis (PL/MT), Caroline do Toni e Júlia Zanatta (PL/SC), além de Any Ortiz (PL/SC). A votação terminou com 325 votos favoráveis, além de 36 abstenções. Dentre os que rejeitaram a proposta, nomes ligados à extrema direita , como Eduardo Bolsonaro (PL/RJ), André Fernandes (PL/CE) e Kim Katiguiri (União/SP)

O que diz o Projeto

O texto aprovado cria a obrigatoriedade de equiparação salarial e  determina que as empresas com cem ou mais empregados façam a  publicação semestral de relatórios de transparência salarial e remuneratória.  

Os relatórios deverão conter informações que permitam aos fiscais comparar os valores recebidos por mulheres e homens, observada a legislação de proteção de dados pessoais. Caso o relatório não seja apresentado, caberá multa de até 3% da folha de salários, limitada a cem salários mínimos (hoje, R$ 132 mil).

No Brasil, o rendimento das mulheres representa, em média, 77,7% do rendimento dos homens , segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) . Em cargos de direção e gerência, a disparidade é ainda maior, já que as mulheres recebem 61,9% dos salários dos homens – o salário médio das mulheres é R$ 4.666, e o dos homens é R$ 7.542.. “Se um homem e uma mulher exercem as mesmas funções, no mesmo local e com o mesmo grau de perfeição técnica e, no entanto, um deles é mais bem remunerado, estamos diante de um desvirtuamento inexplicável", afirma a ministra do Liana Chaib, em depoimento ao site do Tribunal Superior do Trabalho (TST). "Como justificar, aos olhos de todos, o privilégio desmerecido ou a diminuição infundada? Não se pode marchar para o futuro sem soltar as amarras do passado”, completa.

A bancada piauiense votou em peso a favor do projeto. Dos10 parlamentares, nove estavam em Plenário e foram favoráveis: Átila Lira e Júlio Arcoverde (PP); Castro Neto e Marco Aurélio Sampaio (PSD); Dr Francisco, Flávio Nogueira, Florentino Neto e Merlong Solano (PT) e Jadyel Alencar (PV). O deputado Júlio Cesar Lima ( PSB) faltou à sessão de hoje.

com informações: Agência Câmara de Noticias

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