Por Fabrício de Freitas
Na manhã desta terça-feira (22), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), integrante ativa da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas do 8 de Janeiro, tem como objetivo central aprofundar a investigação sobre a possibilidade de financiamento da tentativa de golpe de Estado através de recursos financeiros provenientes das joias sauditas. Peças essas que teriam sido recebidas e negociadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com a assistência do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e seu braço-direito.
Durante entrevista concedida a jornalistas, Gama destacou que deseja esclarecer se o dinheiro resultante da comercialização das pedras preciosas financiou, de algum modo, a invasão e depredação ocorridas em janeiro deste ano contra a sede dos Três Poderes. A senadora ressaltou que indivíduos próximos a Cid exercem considerável influência na formação de opinião pública e nas tomadas de decisão, tornando essencial investigar a possível conexão entre esses recursos e os eventos dos últimos meses no Brasil, particularmente relacionados aos acontecimentos do 8 de janeiro.
"Nós precisamos investigar o fluxo de recursos, incluindo Bolsonaro, Michelle, Carla Zambelli, e também ouvir militares mencionados, como generais. Reconheço que aprovar esse requerimento não será uma tarefa simples. Há obstáculos a serem superados, mas acredito que conseguiremos avançar”, afirmou a senadora. “A determinação recai em grande parte sobre o presidente da CPMI, uma vez que ele é quem define a pauta. A autonomia do colegiado se expressa no Plenário, onde os deputados e senadores votam conforme a maioria. Portanto, é crucial seguir esse direcionamento", continuou.
A senadora, na função de relatora da comissão, enfatizou que há um entendimento progressivo entre ela e o presidente da CPMI no que tange a investigação minuciosa sobre a possível ligação entre as pedras preciosas e os ataques antidemocráticos. Ela esclareceu que o foco não está na investigação individual de crimes, como o garimpo ilegal ou grilagem, mas sim em estabelecer se os recursos dessas atividades ilícitas foram direcionados para o vandalismo do 8 de janeiro. Para atingir esse objetivo, Gama defende a necessidade de quebra dos sigilos bancários da ex-primeira-dama e do ex-presidente, a fim de compreender a movimentação financeira e sua possível conexão com os incidentes golpistas.
"Estamos buscando investigar se o dinheiro proveniente dessas atividades criminosas foi de alguma forma direcionado para os ataques golpistas do 8 de janeiro. É uma questão complexa, mas vital para a transparência e para a compreensão dos acontecimentos que marcaram essa data", concluiu Gama.
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