As estatísticas que apontam maioria de mulheres na população brasileira e também compondo o eleitorado apto a vota em 2024 ( 52,7%), não se refletem na representatividade política. E os dados referentes às candidaturas indicam que o desequilíbrio de gênero está longe de ser alterado nas eleições de outubro. No Piauí, por exemplo, apenas um em cada 3 municípios tem pelo menos uma mulher disputando a eleição para a Prefeitura. Diante desse cenário, a Rádio e TV JMN promove uma série inédita de debates voltada exclusivamente para candidaturas femininas.
Os debates acontecem às quartas-feiras e reunem 3 candidatas, indicadas pelos partidos. A ordem foi definida através de sorteio. O primeiro encontro aconteceu no dia 29 de agosto. "É uma iniciativa louvável da emissora", avaliou a advogada Dalva Fernandes (Avante), uma das participantes do encontro.
Para Marinalva Santana(PSOL), a série de encontros com candidatas preenche uma lacuna das campanhas. Ela chama a atenção para a ausência de mulheres nos debates feitos entre os candidatos a vereador. No Piauí,mesmo com apenas 35% de postulantes do sexo feminino, na disputa para as Câmaras Municipais dos 224 municípios do estado, elas não costumam participar de sabatinas e debates, sendo preteridas pelos homens.
Para a secretária de Políticas Públicas para Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, as candidaturas femininas enfrentam muitos desafios, seja para conseguir a indicação de seus nomes ,seja para a obtenção de meios para a campanha, já que os homens detêm todas as estruturas de poder. Segundo Lustosa, os debates que dão voz às mulheres em meio ao ambiente hostil da Política contribuem para "a desconstrução que precisa ser feita"