Brasil tem mais de 700 mil refugiados climáticos e 1940 cidades em risco

Número de municípios com moradores vivendo em áreas vulneráveis a catástrofes cresceu 136%, revleda estudo

Pelo menos 30% dos municípios brasileiros têm moradores em situação de risco e o número de cidades mais do que dobrou em 12 anos. Mapeamento a cargo da Casa Civil e do Ministério das Cidades revela que 1940 dos 5570 municípios do país têm populações vivendo em áreas vulneráveis a catástrofes, 136% a mais do que o registrado em 2012, quando eram 821 cidades na lista dos mais vulneráveis.“O aumento na frequência e na intensidade dos eventos extremos de chuvas vêm criando um cenário desafiador para todos os países, em especial para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil” , aponta a nota técnica da Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil

Dentre as causas, estão o aumento de ocorrência de catástrofes naturais relacionadas às mudanças no clima e a urbanização desordenada das cidades. Além disso, a ocupação de áreas cada vez mais afastadas dos centros urbanos leva populações mais pobres a  lugares inadequados, que estão mais  sujeitos a ocorrências de inundações e deslizamentos de terra,“Essas áreas são habitadas, de forma geral, por comunidades de baixa renda e que têm poucos recursos para se adaptarem ou se recuperarem dos impactos desses eventos, tornando-as mais vulneráveis a tais processos”, diz a nota.

A Região Sudeste é a mais afetada com  31% deles com moradores em área de risco, totalizando 48,7% da população dessa região em uma situação mais suscetível a desastres. No  Nordeste, 11% delas com habitantes vivem em áreas de risco, o que torna 35,6% de sua população mais sujeitas  a tragédias.

Refugiados climáticos

Com cerca de 708 mil moradores obrigados a abandonar suas casas por causa de desastres naturais, o Brasil lidera a lista de refugiados climáticos na América Latina. O estudo também aponta as 10 cidades brasileiras com maior número de pessoas deslocadas :Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo, São Paulo, Blumenau, Maceió, Fortaleza, Belo Horizonte, Jaboatão dos Guararapes e Salvador. O estudo foi concluído antes das enchentes do Rio Grande do Sul

           Com informações:agência Senado

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