Reparou que há certa dissonância entre o discurso do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, e do presidente estadual da sigla, deputado Júlio Arcoverde, no que diz respeito à candidatura do congressista ao governo do Piauí em 2022?
Enquanto Júlio repete que o candidato é (e será) o senador, o próprio Ciro Nogueira já admitiu à imprensa que está sim em busca de outro nome - de preferência dentro do partido - para disputar o comando do Palácio de Karnak contra o candidato de Wellington Dias, que tem tudo para ser o atual secretário de Fazenda, Rafael Fonteles.
Uma bela jogada ensaiada.
Convenhamos: é cedo para Ciro jogar suas cartas na mesa. Por enquanto, os nomes mais fortes para assumir a candidatura majoritária em 2022 são os das deputadas federais Margarete Coelho e da grande parceira política do senador, Iracema Portella.
Enquanto puder, Ciro vai continuar valorizando seu passe repetindo que é o candidato, forçando movimentações do governador Wellington Dias. Ganha tempo para aumentar sua projeção no cenário nacional, cada vez mais aliado do presidente Jair Bolsonaro, esperando a primeira oportunidade de fazer mais uma boa indicação. A bola da vez é o Ministério da Saúde, onde a "batata" de Eduardo Pazuello continua assando.
Também não vai se apressar em exigir a saída dos deputados e lideranças progressistas da base do governo. Acomodados no Karnak, fazem mais por suas bases eleitorais, trabalhando por suas reeleições. E, quando não houver mais jeito, dirão tchau sem olhar para trás.