O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou que o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, seja interrogado pela Polícia Federal em dez dias. A ordem se dá no âmbito da investigação sobre a eventual mentoria intelectual e incitação aos atos criminosos ocorridos em 8 de janeiro, em Brasília, quando as sedes dos poderes da República foram invadidos e depredados, numa tentativa frustrada de golpe.
De acordo com a CNN, Moraes diz na decisão que a oitiva de Bolsonaro é "indispensável ao completo esclarecimento dos fatos investigados".
O pedido para que Bolsonaro seja interrogado partiu da Procuradoria Geral da República, que em janeiro afirmou nos autos ser importante ouvir o ex-presidente. Contudo, Bolsonaro estava fora do país, em viagem aos Estados Unidos. Com o retorno do político ao Brasil, no último dia 30 de março, o ministro entendeu ser agora possível a realização da oitiva, nos termos indicados pelo Ministério Público.
No inquérito em que Bolsonaro é investigado, o argumento é de que o ex-presidente incitou publicamente a prática de crimes em um vídeo postado nas redes sociais dois dias após a invasão aos Poderes. No vídeo, que foi apagado posteriormente, o resultado das eleições presidenciais do ano passado é questionado. Discurso que se assemelha a diversas falas do ex-presidente.
No Supremo Tribunal Federal, são três os inquéritos instaurados para apurar quem são os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. São ao todo sete investigações abertas pela PGR sobre o caso.
INVASÕES
Em 8 de janeiro, milhares de pessoas, muitos deles apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, se dirigiram à praça dos Três Poderes em Brasília, e invadiram os prédios do Supremo Tribunal Federalm, Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, promovendo depredação e defendendo a destituição dos poderes.