O meme ‘’Que Xou da Xuxa é esse?’’ ganhou a internet após o lançamento do documentário ‘Pra Sempre Paquitas’’, e sem dúvidas é uma das maiores repercussões dos últimos tempos.
A professora Patrícia Veloso Martins, que aparece furiosa após ser barrada no antigo programa infantil de Xuxa Meneghel, ganhou status de celebridade e até se encontrou com Rainha dos Baixinhos nos bastidores do Rock in Rio.
Mas uma dúvida que paira entre os internautas: Quem é o repórter que aparece nas imagens? A coluna foi atrás de Paulo Roberto Amaral e te conta tudo.
Com mais de 30 anos na TV Globo, sendo 16 como repórter, Paulo estava no início de sua carreira quando entrevistou Patrícia. Além de cobrir eventos importantes, ele também apresentou telejornais e atuou como executivo de jornalismo. Em 2016, decidiu deixar a emissora para seguir novos rumos.
Em entrevista à coluna, Paulo relembrou sua reação ao ver o vídeo viralizar. 'Eu acho que essa é a magia da comunicação nos novos tempos. A repercussão dessa reportagem na época foi normal. Fomos lá fizemos a reportagem e ela foi exibida no Jornal Hoje. E acabou ali. Se tivéssemos as redes sociais na época essa reportagem teria muito mais repercussão como está tendo agora. A sensibilidade da turma de edição do documentário das Paquitas de perceber o potencial que essa fala tinha para se tornar um viral fez toda a diferença.’, afirmou.
Ao ser questionado se ficou surpreso ao ver seu rosto estampado na mídia, ele detalhou: ''Claro que foi uma surpresa. Já me afastei do vídeo há algum tempo e os melhores momentos dessa época estavam guardados na memória, mas a força do arquivo da TV Globo me deu a oportunidade de reviver momentos que marcaram a minha vida. Ver aquele menino cheio de sonhos só me traz a energia de uma época de conquistas e mostra hoje o que a vida é fantástica e vale a pena seguir em frente'', pontuou.
''EU acho que essa é a magia da comunicação nos novos tempos. A repercussão dessa reportagem na época foi normal. Fomos lá fizemos a reportagem e ela foi exibida no Jornal Hoje. E acabou ali. Se tivéssemos as redes sociais na época essa reportagem teria muito mais repercussão como está tendo agora. A sensibilidade da turma de edição do documentário das Paquitas de perceber o potencial que essa fala tinha para se tornar um viral fez toda a diferença'', completou.
Atualmente, o jornalista é sócio da Ageimagem Comunicação, uma empresa de comunicação e marketing com unidades no Rio de Janeiro e São Paulo. Atualmente, ele dirige projetos de produção de vídeos e podcasts voltados para TV e streaming. Um de seus mais recentes trabalhos é no programa “De Malas Prontas”, exibido semanalmente no SBT.
CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA
COMO É GANHAR OS HOLOFOTES DE UMA MANEIRA TAO GIGANTESCA POR CAUSA DE UMA SITUAÇÃO QUE ACONTECEU HÁ MAIS DE 30 ANOS?
Eu acho que essa é a magia da comunicação nos novos tempos. A repercussão dessa reportagem na época foi normal. Fomos lá fizemos a reportagem e ela foi exibida no Jornal Hoje. E acabou ali. Se tivéssemos as redes sociais na época essa reportagem teria muito mais repercussão como está tendo agora. A sensibilidade da turma de edição do documentário das Paquitas de perceber o potencial que essa fala tinha para se tornar um viral fez toda a diferença.
VOCÊ FICOU SURPRESO AO SE DEPARAR COM SEU ROSTO ESTAMPADO NA MÍDIA?
Claro que foi uma surpresa. Já me afastei do vídeo há algum tempo e os melhores momentos dessa época estavam guardados na memória, mas a força do arquivo da TV Globo me deu a oportunidade de reviver momentos que marcaram a minha vida. Ver aquele menino cheio de sonhos só me traz a energia de uma época de conquistas e mostra hoje o que a vida é fantástica e vale a pena seguir em frente
NA ÉPOCA A REPORTAGEM TEVE ALGUMA REPERCUSSÃO?
Eu acho que a maior repercussão na época foi entre nós jornalistas. Foi importante como exemplo de autonomia do jornalismo em relação a outras áreas da empresa. A direção de jornalismo, isso era uma ordem do Dr. Roberto Marinho, exigia uma espécie de separação de poderes. A ordem era não confundir jornalismo com entretenimento e jornalismo com comercial. Afinal, nós saímos para fazer uma reportagem leve sobre um evento organizado pela casa e voltamos com uma reportagem sobre uma confusão causada pela desorganização do evento que era da Globo.
PORQUE DECIDIU SAIUR DA GLOBO EM 2016?
Essa decisão não foi fácil. A Globo me moldou como profissional, é como se o nome da TV se tornasse o seu sobrenome, Paulo da Globo. Perder o sobrenome é o primeiro grande impacto, mas eu tinha em mente que não podia ser mero espectador das transformações digitais. Queria entender o que estava acontecendo no universo das redes sociais. Eu saí para aprender, para não envelhecer profissionalmente e hoje vejo que tomei a decisão correta. Criei uma plataforma para ajudar jornalistas a saírem das redações para fazer a transição ao digital. O ClickTube chegou a reunir quase 70 jornalistas, a maioria saídos da TV sem muita expectativa no novo mercado de trabalho. Infelizmente a pandemia interrompeu projeto, mas nada foi em vão, o SBT se interessou pelo modelo nos convidou a produzir conteúdos para o SBT News, se tornou o maior canal de notícias do YouTube na América Latina. Produções como programa de turismo ‘De Malas Prontas’ são exibidas hoje na grade da TV aberta e isso é motivo de orgulho para mim e para todos os profissionais que produzem para esses canais.
HOJE VOCÊ NÃO ESTÁ MAIS À FRENTE DAS CÂMERAS, RETOMARIA ALGUM DIA À FUNÇÃO DE REPÓRTER?
Eu costumo dizer que uma vez repórter sempre repórter. Quando fui para trás das câmeras eu nunca deixei de ser repórter, só que a minha função era mostrar para quem estava na rua os atalhos que eu conhecia para uma boa reportagem. Era orientar para que o melhor de um assunto fosse aproveitado. Eu vejo hoje nas redes sociais a tal da regra dos 5 segundos que é abertura do vídeo para chamar atenção na timeline. Na TV a gente sempre usou essa técnica, nunca deixar para depois a melhor imagem. Se você tem um flagrante comece a reportagem por esse flagrante. Veja só o meme, a edição começa com a indignação da menina, há uma pausa dramática e a partir daí vem a contextualização até a retomada da indignação. Tecnicamente perfeita.
JÁ TEVE ALGUM CONTATO COM A PATRÍCIA APÓS A REPERCUSSÃO? DE REPENTE PODE ROLAR ALGUMA ENCONTRO OU ATÉ MESMO REFAZER O MEME
André, é até engraçado você falar isso. Ontem mesmo uma marca de roupas para crianças entrou em contato perguntando se eu gostaria de participar de um evento que eles vão promover com crianças em Manaus, não sei se eles estão convidando a Patrícia também seria interessante e eu me divertiria muito. Até porque a situação da reportagem fica claro como eu tive que ser rígido para controlar aquela confusão de crianças tentando organizar e até a Patrícia puxando o microfone e eu segurando firme ali para ela não tirar da minha mão. Essa foi uma situação engraçada porque tecnicamente o repórter não entrega microfone para ninguém, mas ali estava uma criança indignada enfurecida disposta a tudo para mostrar sua indignação. Eu acho que essa espontaneidade é o segredo desse meme em todos os aspectos inclusive na participação do repórter que ali era o personagem dele mesmo.