A reforma política está em discussão no Congresso. Caberá aos deputados federais e senadores mudar as regras das eleições e criar um novo sistema aceitável tendo em vista que o atual modelo está em descrédito junto a opinião pública em todo País. A posição majoritária da bancada federal piauiense é pelo fim do financiamento da eleição através das empresas, bem como a coincidência de mandatos, com eleições gerais, e o fim da reeleição para cargos no Executivo. Para chegar a essa conclusão, o Jornal Meio Norte ouviu os três senadores e sete dos dez deputados federais do Piauí.
O deputado federal Júlio César (PSD) é a favor do financiamento misto, que compreende doações para a campanha feitas pelo poder público e por pessoas físicas. “Se o Governo pudesse era bom o financiamento público”, admite Júlio, para quem faltam recursos ao Executivo para bancar todas as candidaturas no País. “Acredito que o financiamento deve ser misto, mas com doações apenas de pessoas físicas”, falou o deputado federal Rodrigo Martins (PSB). A senadora Regina Sousa (PT) acredita no financiamento público de campanha como uma forma de igualar a campanha de todos os candidatos, tendo em vista que os repasses seriam feitos de maneira uniforme pelo Executivo.
Os dez parlamentares ouvidos pela reportagem são a favor do fim da reeleição para cargos do Executivo. O deputado federal Paes Landim (PTB) tem uma explicação direta para sua posição: “No Brasil o estado é maior que a sociedade. Então se torna uma disputa injusta. Quem está disputando a reeleição entra com toda a força do Estado”, disse Landim. “Eu apoio o fim da reeleição para o Executivo, sobretudo se o mandato for pra cinco anos”, disse Júlio César.
A polêmica está na coincidência de mandatos. O deputado Júlio César vê que uma eleição para um mandato tampão de dois anos está tendo uma resistência muito grande na classe política. No entanto, essa posição é defendida pelo relator da reforma política no Congresso, o deputado federal Marcelo Castro (PMDB). “Prorrogar os mandatos não é medida simpática popularmente, mas se fosse possível era a melhor maneira”, falou Júlio. “Eu sou favorável que façam uma eleição de seis anos para que se tenha uma unificação”, defendeu Rodrigo.