Flávio Dino teve o nome aprovado pelo Senado para o STF, e o presidente Lula comemorou com ironia e provocação: “Conseguimos colocar um comunista no Supremo“. Pronto, um ‘não assunto’, trouxe de volta o Fla-Flu da eleição.
Leonardo di Cáprio, Bill Gates, a revista The Economist, Rede Globo e Sérgio Moro já foram chamados de comunistas nas redes e nenhum deles é!
Mas isso não interessa!
O risco do Brasil virar comunista é Zero! Mas isso não interessa!
Flávio Dino foi juíz, deputado, governador, ministro da justiça e nunca tomou uma atitude contra a economia e o sistema democrático! Mas isso não interessa!
Os governos Lula foram os mais prósperos para a economia brasileira com crescimento financeiro de todas as classes sociais. Ele abriu a Petrobras com a venda de ações e realizou o maior programa de capitalização da história do Brasil e agora aprovou uma reforma tributária concebida por liberais! Mas isso não interessa!
O que importa é alimentar a polarização afetiva, quando o que está em jogo é a visão de mundo individual e não de partidos políticos. E como esses dois mundos (petista e bolsonarista) existem e se informam diferente, e pensam diferente, e criam seus filhos de maneira diferente, é como se a eleição nunca acabasse. A disputa se dá no dia a dia de cada um. É como o aficionado por um time de futebol que mesmo depois do final do campeonato vai continuar torcedor aguerrido do seu time.
Essa polarização emocional abarca hoje 50% do eleitorado de acordo com a Quaest. Significa que a metade dos brasileiros já tem seu time e não vai trocá-lo, mesmo que tenha péssimos resultados e caia pra segunda divisão.
As torcidas são alimentadas por bolhas informacionais que reforçam com viés de confirmação o looping eterno.