O deputado federal Nikolas Ferreira alcançou um número expressivo nas redes sociais com um vídeo alimentando a onda de desinformação sobre a decisão da receita federal de fiscalização das transações financeiras realizadas por via PIX. Decisão essa, inclusive, que foi revogada nesta quarta-feira (15).
O vídeo, no entanto, aponta para uma série de afirmações contraditórias e explora pautas sensíveis, sobretudo para a própria atuação parlamentar do jovem deputado. Inicialmente, Nikolas aparece preocupado com a renda do brasileiro. A mesma preocupação não pareceu durante o governo antecessor, do qual era apoiador e que não houve aumento real do salário mínimo.
O parlamentar fala também sobre eventuais taxações, mas votou favorável a taxação de compras internacionais, que ficaram conhecidas como taxa das "blusinhas". Vale lembrar, ainda, que não assinou a PEC do fim da escala 6x1, proposta pela deputada Erika Hilton. Nada disso ofuscou o vídeo bem editado do jovem, que treinou a vida inteira para tal, afinal, cresceu politicamente como youtuber.
A MEDIDA
Passando para o mérito da questão, o anúncio do governo sobre as fiscalizações das transações por PIX foi talvez o pior já feito na história política recente do país. Teve um tempero especial, pois tocou em um assunto sensível, extremamante popular e do cotidiano brasileiro de maneira equivocada, rasa e cheia de brechas para descontextualização, muito aproveitadas pela oposição, que se habituou melhor a trabalhar com as ferramentas digitais de maneira ágil.
O governo praticamente "jogou a bomba e saiu correndo", com a informação e esperou a absorção pela população. O efeito, vimos qual foi. Supondo que a ação não tivesse feito o estrago que fez na imagem do governo. Supor que tivesse sido uma bombinha de festas de são joão. Ainda assim, era preciso reagir. Mas não foi o caso. A reação foi estilo bomba nuclear, e a repsosta foi tardia, foi lenta e desproporcional.
A devastação foi tamanha que comerciantes e pequeno empreendedores já haviam deixado de utiizar o PIX como meio de pagamento, afetando assim a economia sobretudo de pequenos municípios. Além disse, abriu-se uma porteira para a aplicação de pequenos golpes com valores acima dos habituais, com a justificativa de uma "taxação" do governo.
TROCA DE MINISTRO
Esse talvez tenha sido o maior desafio para o novo ministro da Comunicação, não só pela gravidade do tema e dos seus impactos, mas também pela maneira que aconteceu. Sidônio assumiu o cargo já no meio do furacão, ainda tomando conhecimento do ministério e formando sua equipe.
Falta pouco mais de um ano para a eleição presidencial. Muitos duvidam se Lula será novamente candidato. Em um cenário tão inserto, é, para o governo, inprescindível não errar novamente. Mais que isso, é preciso acertar. Se conectar mais fortemente com as redes sociais, com as novas ferramentas e tendências para conseguir atingir quem de fato vence eleição. O povo.