De acordo com um recente estudo publicado no The Lancet Diabetes and Endocrinology, o consumo de alimentos embalados contendo emulsificantes de aditivos alimentares está associado a um aumento silencioso no risco de diabetes tipo 2.
Os emulsificantes são aditivos que têm a função de estabilizar produtos e são amplamente utilizados em alimentos processados, como bolos, biscoitos, iogurtes, sorvetes e chocolates, com o intuito de melhorar sua aparência e prolongar sua vida útil. Exemplos comuns desses emulsificantes incluem pectinas, amidos modificados, lecitinas, fosfatos, celuloses, gomas e diglicerídeos de ácidos graxos.
Detalhes do estudo
Os pesquisadores analisaram os dados de 104.139 adultos que foram submetidos a avaliações durante 24 horas em três dias não consecutivos, com acompanhamento semestral a partir desse ponto, para determinar o risco de diabetes tipo 2. Após um período de acompanhamento de 6,8 anos, 1.065 participantes foram diagnosticados com a doença.
O estudo constatou que emulsificantes como mono e diglicerídeos de ácidos graxos, carrageninas, amidos modificados, lecitinas, fosfatos, celuloses, gomas e pectinas estão associados a um aumento no risco de diabetes tipo 2.
Qual a ligação entre emulsificantes e diabetes?
Os emulsificantes podem influenciar o risco de diabetes principalmente por meio da modificação da microbiota intestinal. Isso pode resultar em um aumento do risco de inflamação e distúrbios metabólicos, levando potencialmente à resistência à insulina e ao desenvolvimento de diabetes.
Além disso, os emulsificantes podem impactar diretamente o metabolismo de glicose e lipídios. Estudos em modelos animais sugerem que a exposição a esses componentes está associada a alterações metabólicas, como intolerância à glicose e aumento da adiposidade. Essas mudanças metabólicas podem contribuir para o surgimento de resistência à insulina e diabetes tipo 2.
Quais as causas mais comuns de diabetes tipo 2?
A predisposição genética desempenha um papel significativo no risco de diabetes, com um histórico familiar da doença aumentando essa probabilidade. Além disso, um estilo de vida sedentário pode levar ao ganho de peso e à obesidade, fatores que estão intimamente ligados à resistência à insulina.
Uma dieta inadequada, caracterizada por alto consumo de açúcares e gorduras saturadas, também contribui para o aumento dos níveis de glicose no sangue e o ganho de peso. Além disso, o envelhecimento é um fator a ser considerado, pois a sensibilidade à insulina tende a diminuir com o passar dos anos. O estresse crônico e a privação de sono agravam essa situação, impactando negativamente os níveis hormonais e de glicose no sangue.