
Um novo estudo científico sugeriu que o consumo de carne vermelha pode estar relacionado ao desenvolvimento de aterosclerose – o acúmulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias nas artérias, o que provoca o seu enrijecimento. A pesquisa, realizada pela Universidade Tufts, em Medford, Massachusetts, analisou a relação em pessoas com mais de 65 anos.
Os pesquisadores explicaram que a ingestão de carne vermelha resulta na produção de metabólitos (subprodutos formados após o organismo processar o alimento) no microbioma intestinal, os quais estão diretamente ligados a processos fisiológicos que afetam a saúde cardiovascular.
“Em outras palavras, o que comemos é modificado pelas bactérias que vivem dentro de nós e, embora isso forneça uma ampla gama de benefícios para a nossa saúde, alguns metabólitos podem promover doenças como a aterosclerose e podem levar a eventos cardíacos adversos”, explicou o Dr. Wilson Tang, da Cleveland Clinic, em entrevista ao Medical News Today.
Outras condições cardiovasculares
A doença cardiovascular aterosclerótica causa obstrução nas artérias e pode levar ao desenvolvimento de outras condições cardiovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio. O estudo também revelou que o consumo de carne vermelha está relacionado a alterações nos níveis de glicose no sangue e insulina.
“Nossas descobertas são consistentes com essas novas linhas de evidência e sugerem que componentes da carne vermelha como L-carnitina e ferro heme (que tem sido associado ao diabetes tipo 2) podem desempenhar um papel mais importante na saúde do que a gordura saturada e precisam ser melhor estudado”, destacou Wang.