Uma rotina espartana, exaustiva e cheia de regras que, se burladas, levariam à uma suspensão e até, quem sabe, um desligamento prematuro. A vida de uma Paquita não era fácil, embora fosse o sonho de quase toda menina nos anos 1990, época de maior sucesso do “Xou da Xuxa”.
Foi durante cinco anos o período de Ana Paula Almeida, que está lançando o livro “Pituxita Bonequinha — Minha Vida de Paquita, no qual conta sua trajetória no programa e parte dos bastidores comandados por Marlene Mattos com mãos de ferro.
Chamada de general, Marlene näo dava mole para Xuxa, que era Rainha dos Baixinhos, o que dirá para suas súditas. Num dos capítulos do livro, Ana Paula detalha o manual das Paquitas, que previa “disciplina em tudo, durante 24 horas, dentro e fora do programa”.
Manual das loiras
“Não frequentar boates, bares e festas fechadas ou não; não sair à noite; não ter namorado ou paqueras; não beijar na boca (nunca); nunca sair desacompanhada dos pais; andar sempre com a barriga encolhida; frequentar aulas de etiqueta”, narra a ex-Paquita em sua biografia artística sobre alguns dos itens da lista seguidas por ela e suas companheiras de trabalho.
Outras regras como tratar os fãs muito bem, ser pontual, tirar boas notas e ler bastante eram fiscalizadas de perto pelo exército comandado por Marlene. "A vida de Paquita era glamourosa, mas a nossa rotina era como a de um soldado. Vestíamos roupas de soldadinhos e tínhamos uma rotina que incluía aulas de dança e canto, e obrigatoriamente, tínhamos que ter boas notas na escola, além de cuidar muito bem da nossa aparência, narra Ana Paula.
Quem aliviava um pouquinho a bronca de Marlene e fazia o cotidiano ser mais leve era a própria Xuxa. Apesar de ter vivido algumas polêmicas na vida pessoal, Ana Paula decidiu não colocá-las no livro, assim como não fala do namoro com Romário nem de picuinhas com outras Paquitas. Ao fim do livro, inclusive, faz uma homenagem a elas, nomeando cada uma que passou pelo programa e com as quais conviveu.