Se existe um programa governamental que deu certo, com (quase) unanimidade do ponto de vista técnico, este é o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). Embora estudos tenham se iniciado bem antes, o programa coordenado pelo Inmetro estreou em 2009 com apenas cinco marcas: Chevrolet, Fiat, Honda, Kia e Volkswagen. No ano passado, como reflexo das exigências do regime Inovar-Auto, 35 marcas haviam aderido, inclusive importadas sem plano de produção local.
Até 2017 todas as marcas participarão, inclusive por razão de sanções financeiras previstas no regime. A meta compulsória, em relação a 2012, é melhorar a eficiência energética em 12%, o que significa, na prática, diminuição de consumo em 13,6%, sempre considerada a média dos modelos à venda de cada fabricante. Há dois objetivos voluntários: redução de 18,2% e 23,1%. Nestes casos, a empresa receberá bônus de 1% e 2% do IPI, respectivamente, apenas entre 2017 e 2020.
Acredita-se que a maioria das fábricas tentará atingir pelo menos o primeiro nível do desafio adicional, o que inclui custos de difícil repasse ao preço final de venda. Indicativo disso foram "escaramuças" iniciadas com o Renault Clio, em 2012. Em seguida, o VW up!, com seu motor de três cilindros, passou à frente nas configurações que incluem ar-condicionado e direção eletroassistida.
Semana passada, antes do início de vendas do novo Ka (previsto para agosto), a Ford anunciou que seu compacto, também tricilíndrico, alcançou a melhor média absoluta até agora: 8,9 km/l de etanol e 13 km/l de gasolina na cidade, e 10,4 km/l e 15,1 km/l, etanol e gasolina, na estrada.
Deve-se ressaltar que os números incluem ar-condicionado e direção de assistência elétrica.