Última namorada de Ayrton Senna, Adriane Galisteu relembrou o tempo que viveu com o piloto 20 anos após sua morte. A apresentadora revelou que o atleta tinha três sonhos.
?Meu período com Ayrton foi uma grande história de amor. Ele era amado ao redor do mundo mais do que ele jamais soube. Sua memória nunca será apagada. Para mim foi especial, mas agora eu sou casada e tenho filho. Isso quer dizer que não posso dizer que ele foi o amor da minha vida. Ayrton tinha três sonhos. O primeiro era encerrar a carreira na Ferrari, o segundo era conhecer a Disney World, e o terceiro era ser pai. Ele era mais do que um campeão. Ele tinha um coração enorme, um modo simples de viver e tinha sonhos simples. Em casa, ele era como criança. Ele era cheio de alegria?, disse ao ?Daily Mail?.
A loira relembrou que Senna não estava bem no dia de sua última corrida no GP de San Marino, de 1994. ?Ele me ligou. Ele não estava bem. Sua cabeça não estava bem. Rubens Barrichello, seu amigo, estava no hospital. Ele estava muito chateado com a morte de Roland Ratzenberger. Ayrton me disse: ?Estou muito triste?. Eu havia visto ele angustiado antes, mas nunca ouvido a voz dele como estava aquele dia. Me lembro de dizer a ele: ?Ayrton, não entra nesta corrida?. Quando tentei dizer a ele para não correr em Imola, ele me disse que amava sua profissão e que não poderia simplesmente desistir da corrida.?
Galisteu ainda contou que teve dificuldade em perceber que seu então namorado tinha falecido. ?Eu vi o acidente e não achei nada. Na verdade, eu pensei: ?Bom, ele vai voltar mais cedo, ainda bem?. Mas aí eu vi que era mais sério do que eu imaginei a princípio. Eu fiquei em frente à TV e olhei o replay várias e várias vezes. Eu podia ver que o carro estava danificado, mas eu nunca imaginei que ele tinha morrido. Eu atendi o telefone e era a mulher do melhor amigo dele me dizendo que eu precisava ir para Ímola. Fomos em um jatinho de Lisboa. Eu entrei no avião pensando que ele ainda estava vivo. Machucado, mas não morto.?
E a loira continuou: ?Quando o avião estava prestes a decolar, o piloto disse que havia uma ligação da torre. Eu imaginei que era o Ayrton dizendo: ?Você não precisa vir, tudo está ok?. Era uma amiga: ?Adriane, você não precisa vir?. ?Uau, isso é bom?, eu disse, pensando que ele deveria estar melhorando. ?Não, ele morreu?. Meu mundo parou naquele momento. Na minha cabeça era impossível, ele só poderia morrer de velhice. Foi inacreditável que ele tenha morrido fazendo o que ele sabia fazer melhor na vida. Foi muito difícil para o Brasil, para o mundo todo, mas ainda mais para mim. Demorei muitos anos para recuperar minha vida, especialmente amorosamente. Eu fiquei o máximo que pude com seu corpo. Eu não fui para casa, eu não tomei banho. Eu fiquei com ele?.