A USP (Universidade de São Paulo) aprovou, em votação no Conselho Universitário, uma medida que pode levar a mudanças no currículo dos cursos e ao fechamento de carreiras com baixa procura. Um documento, colocado em votação na semana passada, afirma que é preciso diminuir o ritmo da expansão na universidade.
Em dez anos, foram criados 85 novos cursos e houve aumento de 40% no número de vagas. O crescimento trouxe "benefícios e problemas" para a USP, segundo o texto.
- Apesar do impacto francamente positivo da expansão da USP para a sociedade, esse processo não pode continuar no mesmo ritmo que vem acontecendo. É preciso avaliar a situação atual da graduação da USP.
Expansão descontrolada
O documento afirma ainda que a universidade enfrentou "problemas e desequilíbrio" na infraestrutura e no número de professores, devido à expansão desmedida ocorrida nos últimos anos.
- Isso [a expansão descontrolada], de certo modo, já vem acontecendo na USP. Portanto, deve-se adotar postura pró-ativa para que esse risco seja afastado o mais rapidamente possível.
O Conselho Universitário propõe uma reavaliação das carreiras abertas pela instituição, que podem ser extintas dependendo do número de alunos inscritos no vestibular (se o curso tiver baixa procura) e da importância do curso para a sociedade.
Também pode haver redução no número de vagas oferecidas nos cursos, se a pró-reitoria de graduação e o Conselho Universitário (órgãos de decisão da universidade) avaliarem que há oferta em excesso. Não há prazo para a implementação das medidas, que fazem parte de uma diretriz geral para revisão das carreiras da universidade.
Os cursos noturnos serão renovados e haverá mais infraestrutura para o funcionamento dessas graduações.