Rugas finas, manchinhas de sol e um nítido ressecamento nunca visto antes. Esses sinais são a prova concreta de que a pele do rosto começa a perder sua vitalidade e a sofrer com a falta de hidratação. Em outras palavras: são os primeiros sintomas do envelhecimento. Esse declínio do vigor facial não tem uma fase exata para acontecer, tanto é que divide a opinião dos especialistas, já que varia de acordo com alguns aspectos bem particulares de cada um como alimentação, hábitos, genética, cuidados diários e exposição ao sol, principalmente.
?Aos 30 anos já se observa os primeiros sinais de envelhecimento, com as primeiras rugas na testa, região dos olhos, boca e nariz. As glândulas sebáceas produzem menos sebo, o que acarreta o ressecamento da pele, que, com isso, começa um processo de redução da elasticidade e firmeza por conta de alterações na produção das fibras de colágeno e elastina?, justifica a dermatologista Valéria Goulart, diretora da Associação Brasileira Antienvelhecimento. Para o dermatologista André Vieira Braz, do Rio de Janeiro, que é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professor assistente do setor de cosmiatria da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, os cuidados mais efetivos com a pele devem começar aos 25 anos.
?Geralmente, é nessa fase que aparecem os primeiros sintomas, como mudança na textura da pele, aparecimento das primeiras rugas de expressão, como os pés de galinha, e as rugas da testa. Se a pele for mais seca e mais clara, então, a chance de envelhecimento precoce é ainda maior?, explica o médico.
Ativos indicados para essa fase
Como os primeiros sinais do envelhecimento vêm acompanhados de redução das fibras de sustentação, rugas finas e principalmente ressecamento da pele, a ideia dos tratamentos diários é aproveitar os ativos que agem nessa linha para combater o mal pela raiz. Para o dermatologista André Braz, o retinol é o campeão para essa fase. ?Por ser um derivado do ácido retinoico uma de suas funções é deixar a pele mais fina e com uma textura regular e saudável, além de estimular o colágeno?, justifica o médico.
?Os cremes ideais para pele oleosa precisam conter ácido retinoico, ácido glicólico ou adapaleno, que são substâncias que promovem uma descamação da pele, diminuindo a ação das glândulas seborreicas e impedindo a formação dos comedões que formam a acne?, destaca a dermatologista Paula Penna, de São Paulo. Para Valéria Goulart, as substâncias que combatem os radicais livres e os processos inflamatórios são muito importantes.
?Ativos como hortelã, hamamélis, calêndula, cânfora e mentol também podem contribuir no controle da oleosidade e ainda têm ação antiinflamatória. De maneira geral, é importante que os cosméticos tenham substâncias antioxidantes, como a vitamina C e E, e os alfahidroxiácidos?, completa a dermatologista, que alerta para um cuidado especial com a área dos olhos: ?Essa região tende a ser mais ressecada e por consequência favorece a formação de rugas. Os cremes para essa área devem ter ativos como a crisina e peptídeos que contribuem para a diminuição da vasodilatação local, reduzindo bolsas e manchas escuras da pele e tonificando o contorno dos olhos. O ácido múcico também faz uma drenagem dos líquidos diminuindo o inchaço embaixo dos olhos e melhorando as olheiras?, esclarece.
Faixa etária é coisa séria
Por falar em cremes adequados e específicos, vale lembrar que não se deve usar um cosmético fora da necessidade de uma determinada faixa etária, isto é, mulheres de 25 anos, por exemplo, não devem usar um produto para 30 anos, com o objetivo de prevenir os danos com mais afinco. Isso não tem efeito prático. ?Nesses casos, a mulher se expõe a uma matéria-prima desnecessária que pode até piorar a sua pele. O grande problema é que geralmente os produtos antiidade são com veículos mais cremosos, que quando usados em uma pele mais jovem (que é de normal para oleosa) pode ocasionar acne?, explica André Braz.
Protetor solar
Não tem como falar de envelhecimento sem mencionar esse aliado da batalha contra os sinais da idade. Os danos causados pelo sol são cumulativos, isto é, uma vez assimilados, nada anula esse efeito, pelo contrário, com o tempo (e a exposição inevitável) piora a saúde e aparência da pele. Por isso, alguns médicos são categóricos no uso de protetor solar. ?Aos seis meses é a idade em que se deve começar a usar. A maior prova dessa necessidade é a quantidade de crianças que têm sardas na infância, por conta da falta de proteção?, destaca a dermatologista Paula Penna. Mas de um modo geral a recomendação é que se comece a usar um FPS 15, no mínimo, diariamente, a partir da adolescência ? nessa mesma fase da vida é necessário aplicar FPS 30 na praia e na piscina. A partir dos 25 anos, a recomendação é usar FPS 30 diariamente.
Tratamento em consultório
Sim, mesmo nessa fase da vida, há casos em que é indicado um tratamento mais específico. ?Procedimentos médicos como peelings químicos superficiais são muitas vezes necessários, principalmente se a pele for oleosa. Os peelings mais profundos tratam cicatrizes de acne?, esclarece Valéria Goulart.
CUIDADOS DIÁRIOS
A seguir, saiba quais são os cuidados ? higienização, hidratação e proteção solar ? que se deve ter quando o tempo insiste em dar os seus primeiros sinais. O segredo de um tratamento adequado é usar toda a linha de produtos ? sabonete/ loção de limpeza, tônico, esfoliante, hidratante e protetor solar ? de acordo com o tipo de pele.