Sujos, fedidos, magros, perigosos e, muitas vezes, doentes. É assim que você imagina os cães que vivem pelas ruas? Pois saiba que eles são os grandes astros do filme Vira-Latas, dirigido pelo documentarista brasileiro Tiago Ferigoli, que entra em cartaz nas salas de cinemas do país em dezembro.
O filme, conta o diretor, não é feito para agradar aos fãs de cachorro. A ideia, que já deu origem a um livro (lançado pela Ediouro) e a um site, é despertar a atenção de todos - principalmente de quem não tem muito contato com esses animais - para a situação de abandono e de miscigenação. E, quem sabe, pôr fim a preconceitos.
- Percebi que o termo vira-latas simboliza não os cães sem raça definida. Mas sim a condição de abandono, de marginalidade, de miscigenação. Descubri, aliás, que é possível ir além, fazer um paralelo entre esses animais, que podem ou não ter uma raça, e o próprio homem, que sofre preconceito e que muitas vezes luta para sobreviver.
Com depoimentos de veterinários e "cachorreiros" de diversas profissões - alguns famosos, como a apresentadora Janine Borba, o humorista Danilo Gentili e o cantor Ronnie Von -, o documentário já está dando o que falar. Tanto que Ferigoli, que é publicitário e fotógrafo, passou a viajar pelo Brasil para realizar palestras sobre seu projeto.
- Fiquei com vontade de unir meu trabalho à educação. Acho que, cada vez mais, as pessoas sentem necessidade de fazer algo para melhorar o mundo onde vivem. Eu tinha essa vontade e me sinto muito realizado por conseguir aliar as duas coisas.