Thiago Motta, de 14 anos, ainda lembra das palavras do atirador Wellington Menezes de Oliveira: ?eu fumo muita droga mesmo e vim aqui dar uma palestra?. Aluno do nono ano da escola Tasso da Silveira, em Realengo, estava na sala 1903 quando escutou os tiros.
O adolescente escapou dos disparos assim como seus colegas de turma graças ao professor que trancou rapidamente a porta, impedindo a entrada do ex-aluno. ?O atirador tentou arrombar por três vezes e não conseguiu. Foi a nossa sorte?, contou Thiago.
Os adolescentes permaneceram deitados no chão até a chegada dos policiais. ?Era muita correria. Vi coisas horríveis: tinha um menino ferido que respirava muito rápido. As pessoas pisavam e tropeçavam nele?, disse. As paredes ensaguentadas também estão na memória do aluno. ?Era muito sangue por todos os lados e eu só pensava nos amigos que não estavam protegidos como nós?.