A trupe do "Pânico na TV" apareceu pela última vez na tela da RedeTV! no final de semana passado.
Os sócios da emissora, Amilcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho, garantiram que não haverá mais reprises do humorístico, como vinha acontecendo mesmo com a saída do programa para a Band.
Antes da estreia da versão brasileira do "Saturday Night Live", com Rafinha Bastos, o espaço deve ser ocupado por filmes, neste fim de semana serão exibidos "Street Fighter", na sexta, e "Novidades no Amor", no domingo.
Os dois empresários se disseram surpresos com a saída do programa, que classificaram como "deselegante".
"A relação não estava desgastada e pensávamos em renovar", afirmou Marcelo.
Mesmo assim, eles apontaram que o "Pânico" vinha apresentando declínio de audiência e de qualidade e chegaram a dizer que o programa estava "apelando" e tornando-se "mais popularesco".
"Não sou puritano, mas há um problema comercial", comentou Amilcare. "Fica mais difícil de renovar patrocinadores."
Sobre os comentários do criador do formato, Tutinha, que disse ao "F5" que teria melhor estrutura na Band, Marcelo foi enfático.
"Seu Tutinha sempre cantou de pobrinho", disse. "É uma tremenda sacanagem falar uma coisa dessas."
Segundo ele, o programa contou com tudo o que pediu à emissora, como por exemplo 60 carros na última gravação do ano passado.
"Tutinha e Emílio [Surita, apresentador] recebiam, sozinhos, metade do faturamento do programa", afirmou. "Nós pagávamos todo o resto, de humoristas a produção, com a outra metade. Desafio Tutinha e Emílio a mostrarem o contrato deles na Band para os demais humoristas do "Pânico"."
Amilcare e Marcelo admitiram que a emissora passou por uma crise, o que gerou atrasos nos salários de alguns funcionários.
"Houve atraso de salários, mas por coincidência todos haviam sido acertados na manhã em que ficamos sabendo da saída", afirmou Amilcare. "Hoje não há um único funcionário com atraso de salário na RedeTV!, CLT ou PJ", completou Marcelo.
O calvário da RedeTV! teria começado com a tentativa frustrada de compra dos direitos da série A do Brasileirão.
"Em retaliação ou não --não posso afirmar--, ficamos sem a série B", afirmou Marcelo sobre uma das principais fontes de receita da emissora.
Somado a isso, estão a ida do UFC para a Globo, outra perda importante, e a crise internacional.