Pedras, rochas, clima seco e todas as outras barreiras naturais não são suficientes para intimidar as poderosas águas de um rio que, nascido na Serra dos Cariris Novos, em terras cearenses, atravessa cerca de 450 quilômetros rumo ao Oeste piauiense.
Neste percusso, as águas do Rio Poti correm se contorcendo entre enormes fendas e paredões de até 50 metros de altura e formam incríveis paisagens em um leito rochoso, cujas águas correm há pelo menos 570 milhões de anos.
E é neste leito rochoso, que atravessa os municípios de Castelo do Piauí, Juazeiro do Piauí e Buriti dos Montes, onde o rio Poti guarda um dos seus maiores encantos: o cânion do rio Poti. O acesso, no entanto, não é tão simples. Não há estradas convencionais no território do cânion e o tráfego de veículos 4x4 é lento e cauteloso.
O lugar também é marcado por reveladoras gravuras rupestres talhadas e picotadas em baixo relevo, nas próprios rochas, geralmente sem uso de pigmentos. Uma mensagem dos povos do passado para os dias atuais.
Essa variedade e ocorrências de gravuras rupestres, fazem do Piauí um dos maiores acervos do Brasil, um patrimônio do povo e da humanidade.
O Núcleo de Antropologia Pré-Histórica da Universidade Federal do Piauí (NAP-Ufpi) constatou que inúmeros sítios arqueológicos de pinturas e gravuras rupestres, ainda não estudados ou sequer datadas (avaliadas quanto à sua idade), serão inundados entre os mais de 200 sítios arqueológicos na região de Castelo do Piauí, Juazeiro e Buriti dos Montes.
Em meio a rochas e muita água, a caatinga arbórea, vegetação predominante nessas áreas, se espalham por toda a região, formando uma rica e incrível composição de biodiversidade.
E toda esta beleza do cânion do rio Poti, conhecida e visitada apenas por pescadores, aventureiros, ecologistas e praticantes de esportes da natureza, será uma das atrações do programa Incrível, do Domingo Aventura de amanhã (2), às 10h, na Rede Meio Norte.