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Preta Gil ampara família de artista morto dado como indigente no RJ

Gualter Rocha, de 22 anos, chegou a ser enterrado como indigente

Foi enterrado na tarde desta quinta-feira (12), no cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, o corpo do dançarino Gualter Damasceno Rocha, de 22 anos, conhecido como Gambá. Ele era especialista do estilo "passinho", uma das vertentes do funk carioca.

Muito emocionados, parentes e amigos se despediram do jovem, que chegou a ser enterrado como indigente após desaparecer na noite de réveillon. "Hoje é o dia mais triste da minha vida. Foi horrível ver meu filho sendo exumado, agora ele vai ter um enterro digno", disse Edith Damasceno.

"Paixão à primeira vista"

A cantora Preta Gil, chorando muito, ficou ao lado da família de Gualter. "Ele era extremamente inteligente, amoroso e criativo. Foi paixão à primeira vista", disse a cantora, que afirmou que o conheceu através de um programa de TV. "Tudo o que aconteceu é inexplicável. Toda vez que eu cantar ou dançar funk, vou lembrar dele", disse.

Um cartaz com o título "Rei do passinho nunca te esqueceremos!" traz mensagens de amigos e fãs de Gualter, que sumiu após a noite de réveillon, quando foi visto pela última vez num baile funk na Favela da Mandela, em Manguinhos, no subúrbio. Ele foi reconhecido por fotos e teria hematomas na face. O corpo chegou a ser enterrado como indigente no dia 6, mas foi exumado após uma ordem judicial.

"Ele era a alegria em pessoa, estava sempre rindo, estava feliz com o sucesso pretendia ate largar o emprego de gesseiro", relembra a estudante Sabrina Avelar, de 18 anos, que teve a ideia de fazer um cartaz com dedicatórias.

Muitas coroas de flores chegaram no cemitério, incluindo uma da atriz e apresentadora Regina Casé.

Amigos tocaram um funk aquecimento da Mangueira, a música que Gambá mais gostava de dançar, e também músicas gospel durante a cerimônia, que foi marcada por muita comoção.


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Causa da morte não confirmada

Segundo o Instituto Médico Legal, não havia indícios de tiro no corpo do dançarino. Ainda de acordo com o IML, a causa da morte ainda não foi confirmada.

Para a juíza Thelma Fraga, que foi jurada em um dos concursos de "passinho" de que Gambá participou, não se pode descartar nenhuma hipótese. "Ele dançava quebrando vários paradigmas. O primeiro deles é que ele trouxe uma inovação dentro do funk. Ele incorporava aos passos do funk, kuduro e até balé. E ainda incorporava trejeitos femininos, sendo homem", afirmou a magistrada, durante a cerimônia.