A primeira porta-bandeira da escola de samba Unidos de Padre Miguel, Jéssica Ferreira caiu no chão durante o desfile e teve que ser retirada e levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, onde recebeu o diagnóstico de ter sofrido uma entorse.
O par de Jéssica, Vinícius Henrique, continuou desfilando sozinho por alguns minutos e recebeu muitos aplausos do público. "Quero aproveitar para pedir desculpas à comunidade (... ) Não sei explicar ao certo, mas ela disse na maca que torceu o joelho", explicou Vinícius.
Para continuar o desfilho, a escola convocou a segunda porta-bandeira, Cássia Maria, que seguiu o desfile ao lado de Vinícius Henrique. No final do desfile, estava muito nervosa sem conseguir falar direito.
"Não sei explicar. Eu estava dançando com o meu irmão, que é o meu mestre-sala, quando veio o diretor de harmonia, o Quenga, falando que eu teria que ir lá para frente porque tinha acontecido uma fatalidade com a Jéssica (...) Todo mundo falou que acreditava em mim. Só quero agradecer ao Vinícius."
O mestre-sala comentou a reação do público. "Foi aplauso geral. Aquele momento foi constrangedor, mas o público viu com carinho."
O presidente da Lierj, Deo Pessoa, disse que a troca de integrantes do casal mestre-sala e porta-bandeira é permitida e segundo o regulamento o fato da fantasia da substituta ser diferente não traz penalidades e enfatiza que a nota do casal, fica a cargo dos jurados.
"Na Série A, é a primeira vez, mas já aconteceu em outros carnavais", disse. "Só um casal é julgado, mas a escola pode ter mais de um casal até para fatos como esses."
A mãe da porta bandeira, Marinalva Ferreira, contou. quando estava no hospital, como foi o ocorrido com a filha. "Ela caiu na apresentação do segundo jurado. Eu estava do lado dela, sou apoio dela. Quando ela caiu eu fui socorrer. Eu tentava colocar ela em pé, mas ela não aguentava. Ela queria voltar pra continuar a dançar, mas o pé não correspondia. Ela foi atendida lá, fez os primeiros socorros e veio pra cá porque aqui tem os equipamentos necessários", disse Marinalva.
"Parecia que tinha desabado um prédio na minha cabeça ao ver a minha filha no chão. Acabou tudo ali, o trabalho de um ano inteiro. Ela queira voltar, só que ela não conseguia. Ela só chorava pedia desculpa pra o público. Ela saiu da Sapucaí pedindo desculpa para o pessoal. Eu tentava acalmar ela. Eu falava 'força, você é guerreira'".