O titular da Delegacia de Vinhedo, interior de São Paulo, Alvaro Santucci Noventa Júnior, decidiu prorrogar por mais 30 dias os trabalhos de investigação da morte da adolescente Gabriela Nichimura, que caiu de um brinquedo do parque de diversões Hopi Hari em 24 de fevereiro. O inquérito foi aberto no dia do acidente e completa um mês no próximo sábado - quando deveria ser encerrado.
O motivo para o prolongamento das investigações é que ainda falta colher outros depoimentos, como dos membros da diretoria do parque. Outro ponto importante para a conclusão do inquérito são os laudos periciais no brinquedo Torre Eiffel que ainda não chegaram até a delegacia. Faltam ainda os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalistica (IC).
O delegado ainda vai analisar se voltará a chamar outras testemunhas para novas oitivas. Já depuseram cerca de dez pessoas, entre parentes da vítima, funcionários operadores do brinquedo e engenheiros de segurança. É provável que o pai da adolescente, Armando Nichimura, ainda preste depoimento, apesar de já ter comparecido a Delegacia acompanhando a esposa Siomara, e não ter sido ouvido formalmente.
O pai, a mãe, uma tia e uma prima de Gabriela estavam no parque na manhã de 24 de fevereiro quando aconteceu o acidente. A primeira avaliação da polícia é que o assento do brinquedo ocupado pela garota estava sem a trava de segurança. Segundo versão do parque, aquele assento era inoperante há pelo menos dez anos e não deveria ser usado pelos visitantes.
Parque fechado
O parque de diversões Hopi Hari foi fechado ao público no dia 2 de março, uma semana após a morte da adolescente, obedecendo a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre a diretoria do empreendimento e o Ministério Público Estadual. Pelo TAC, o Hopi Hari passaria por uma vistoria técnica e pericial em seus brinquedos com foco principal para as 14 atrações consideradas mais radicais que oferecem algum tipo de risco ao visitante.
O Hopi Hari interrompeu as atividades inicialmente por dez dias e o prazo foi estendido pelo mesmo período. A interdição termina amanhã, e o Ministério Público deve avaliar até lá se há necessidade de prorrogação.
Segundo a polícia, nesses 20 dias o parque Hopi Hari passou por uma inspeção por um grupo de perito do Instituto de Criminalisticia, Corpo de Bombeiros, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e Instituto de Pesquisas Técnicas (IPT). Os trabalhos foram conferidos por promotores da área criminal e do direito do consumidor. A agenda dos trabalhos não foi divulgada e jornalistas não puderam acompanhar.