SÃO LUÍS - Mais de 60% dos homens de São Luís, a partir dos 16 anos de idade, admitem já ter cometido infidelidade em algum tipo de relação amorosa. Já em meio às mulheres, formam a minoria as que confessam já ter procedido da mesma forma.
Os homens reconhecem que nas relações a dois as mulheres são muito mais confiáveis do que eles, ao mesmo tempo em que elas se revelam muito mais tolerantes com as ?traições?. E o que castiga mais o amante de São Luís, a dúvida ou a certeza de que se está sendo traído? De longe, é a dúvida.
A pesquisa Escutec não significa a constatação científica de um elevado índice de infidelidade conjugal na capital do Maranhão, até porque ela não ouviu apenas pessoas que vivem uma relação estável. A amostra é universal e contempla todas as relações a dois, de adolescentes em suas primeiras paqueras aos casais verdadeiramente estabelecidos, passando pelos namorados e até mesmo por aqueles que se dizem apenas ?ficantes?. Foram entrevistadas 508 pessoas entre terça e quinta-feira em diferentes pontos de fluxo da cidade.
Na opinião de todos, mais de 61% das mulheres são fiéis e quase 76% dos homens são infiéis. Em meio somente aos homens a fidelidade das mulheres é maior do que a deles em pelo menos 19 pontos percentuais. Elas, numa situação de auto-análise, aprimoram ainda mais o conceito feminino de lealdade: se acham 55,6% mais honestas nas relações a dois do que eles.
Quase metade das pessoas entrevistadas tem certeza de que já sofreram algum tipo de infidelidade amorosa. A essas se somam mais 12,9% que desconfiam de que também já foram ?traídas?. Certeza mesmo de que nunca sofreram esse tipo de golpe têm 37,5% dos ludovicenses. Quem mais se queixa de que já foi vítima de infidelidade são os jovens das classes mais ricas e os que mais têm certeza de que nunca foram traídos são os que têm de 50 anos de idade em diante.
Quando a pergunta é direta e quer saber se ?você já foi infiel numa relação amorosa??, 52% dos entrevistados dizem que sim e 48% dizem que não. As mulheres que admitem já ter cometido algum tipo de infidelidade chegam a 42,1%, contra 57,9% das que dizem que nunca trairam. Em meio aos homens, ao contrário disso, é grande a maioria dos que admitem já ter traído: 63% dizem que já foram infiéis e 37% disseram nunca fizeram isso. Quem mais admite já ter sido infiel são as pessoas que já cursaram ou ainda cursam uma faculdade (75,5%).
Em se tratando da infidelidade amorosa o que mais castiga os amantes é a dúvida. Uma simples desconfiança é pelo menos 23,6 pontos percentuais mais torturante do que a própria certeza de que se está sendo traido. Os homens que padecem com a dúvida são 65,5%, contra 58,7% das mulheres. A maior taxa de mais medo da dúvida do que da certeza é dos mais escolarizados, quase 76% contra menos de 24%, e somente têm mais medo da certeza do que da dúvida as pessoas de escolaridade da 5ª. à 8ª. série (54,1% a 45,9%).
Quase 45% das pessoas dizem que já perdoaram um ato de infidelidade amorosa. As mulheres se mostram muito mais tolerantes que os homens (59,8% a 28,8%) e por grupos de pessoas, as que mais dizem já ter perdoado são as de mais baixa escolaridade (53,8%).
O abandono é o castigo mais sugerido para as pessoas que comemtem infidelidade amorosa (45,2%), mas há também quem sugira o perdão (27,7%), assim como quem diz que o remédio é a vingança com outra traição (19,9%). Os ludovicenses que mais sugerem o abandono são os de menor escolaridade (60%); o perdão é o remédio oferecido por 28% dos que têm escolaridade média, e a traição como vinança encontra mais adeptos em meio aos de escolaridade mais elevada (29,3%).
Os entrevistados vêem pelo menos 6 causas mais fortes para os casos de traição amorosa, sendo que a principal delas é a ?tentação? em larga escala, seguida pela fraqueza de caráter e pelo desamor. Em escalas menores a ?falta de vergonha?, a vingança e a facilidade. O que mais se sentem ?tentados? são os homens (31,7% contra 24,7% das mulheres) especialmente os adolescentes e jovens dos 16 aos 24 anos de idade (36,4%).
Por último a constatação de que ainda persiste a tendência das pessoas de não contarem nem mesmo aos mais amigos que eles (ou elas) estão sendo traídos. São mais de 53% os que não contaraim de jeito nenhum e nisso estão rigorosamente empatados homens e mulheres. Em meio aos treze agrupamento de pessoas ouvidas, somente em 3 deles se faz maioria os que contam ao amigo ?em caso de certeza absoluta?. São eles os adolescentes e jovens de 16 a 24 anos de idade (61,4%); os de maior renda (57,3%), e os universitários ou já formados (51,17%).