Uma perícia complementar realizada na casa em que casal de policiais militares foi morto na Brasilândia (zona norte de São Paulo), realizada na noite de desta terça-feira (6), localizou três armas de fogo que pertenciam ao sargento da Rota (tropa de elite da PM) Luis Marcelo Pesseguini, 40.
A informação é do delegado Itagiba Franco, da divisão de homicídios do DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil. Segundo o delegado, nenhuma das armas foi utilizada no crime.
Além do sargento e da mulher, a cabo da PM Andreia Pesseghini, 36, morreram também com tiros na cabeça o estudante filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, a avó e uma tia-avó do menino. O adolescente até agora é o único suspeito de cometer os quatro assassinatos e de ter se suicidado na sequência.
Conforme o delegado, as armas foram encontradas em um armário da casa dos PMs. Além delas, a perícia também localizou um par de luvas feito de material sintético no carro da policial morta.
Imagens de câmeras de segurança próximas ao colégio em que Marcelo estudava mostraram o menino deixando o carro e seguindo de mochila para a aula por volta das 6h30 da manhã de segunda (5), quando a família já estava morta.
"As armas evidenciam que de fato não houve roubo às vítimas. Elas serão periciadas. Já as luvas podem explicar o porquê de não ter sido encontrada pólvora nas mãos do menino. Ainda que para isso dependam também aspectos como o tipo de arma empregada e a situação dos projéteis", declarou Franco.
Todas as vítimas foram mortas com tiro na cabeça efetuado por uma pistola .40 que pertencia à mãe de Marcelo. Além dessa arma, foi encontrado também um revólver calibre 32 na mochila do estudante.
Os laudos de necropsia que apontarão se as vítimas estavam ou não sedadas ainda não ficou pronto, mas o delegado afirmou que "informações extra-oficias dão conta de que elas faziam uso de medicamentos para dormir".
O chefe da investigação rechaçou críticas de que a polícia teria se precipitado ao anunciar a tese de assassinatos seguidos de suicídio.
"É normal, é compreensível que familiares e amigos não aceitem essa situação, mas os fatos estão comprovando tudo, e estamos nos baseando neles e em documentos. O inquérito não encerrou, temos 30 dia para concluí-lo. Se considerarmos necessário, vamos prorrogá-lo" afirmou o delegado.
Ainda conforme o policial, ao menos dez testemunhas já foram ouvidas até hoje - entre familiares, professores do colégio em que Marcelo estudava e o pai de um amigo de Marcelo e seu filho, que deram carona para o estudante no dia posterior ao crime. Outros familiares e funcionários da escola serão ouvidos.