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Paola Oliveira: "Fiquei em choque por substituir Arósio"

Escalada às pressas, Paola Oliveira se destaca em “Insensato”

Paola Oliveira assume que se surpreende com sua trajetória meteórica. Desde que estreou na TV como a sonhadora Giovana de Belíssima, em 2005, a atriz só coleciona papéis cada vez mais destacados na Globo - como a mocinha Sônia, de O Profeta, ou a vilã Verônica, de Cama de Gato. Mas o que esta paulistana não esperava era protagonizar tão cedo uma trama das 21h da emissora. Inicialmente escalada para a mocinha de Cordel Encantado, próxima trama das 18h, ela recebeu uma ligação às pressas da direção da Globo.

O telefonema comunicava sua escalação para substituir Ana Paula Arósio, que faltou ao início das gravações de Insensato Coração, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Após desligar o telefone, Paola ficou em estado de choque. "Na hora não pensei na substituição da Ana. O telefone caiu da minha mão, tive minutos de êxtase e chorei muito. Nem nos meus maiores sonhos conseguiria traçar uma meta tão boa", avaliou a atriz.



Mas Paola mal teve tempo de se emocionar. Logo foi abduzida pela equipe da trama dirigida por Dennis Carvalho para ler os 30 primeiros capítulos da história e se aprofundar nessa composição-relâmpago. Tudo para viver a determinada designer Marina, uma mulher bem-sucedida que morava em Milão e vem para o Brasil abrir um escritório de design. Inspirada na personagem Scarlet O"Hara - de Vivien Leigh - de O Vento Levou e em inúmeras mocinhas heroínas que assistiu em dezenas de longas, Paola mesclou essa personalidade visceral da personagem com pesquisas sobre design. "Ela tem um poder nos olhos e se permite chorar. Também sou assim, sem medo de mostrar minhas emoções", comparou.

O grande dilema da personagem nas primeiras semanas da trama é fazer com que o público continue torcendo por uma mocinha que se apaixona justamente pelo noivo de sua amiga dias antes dele subir ao altar. Contornada por cenas de choro e muito sofrimento com a morte da ex-noiva Luciana, de Fernanda Machado, em um acidente de avião, Paola não teme a rejeição do público. "O que se espera do público é que ele se compadeça com os sofrimentos dela. Mas a Luciana forçou a barra para que a Marina fosse madrinha de casamento porque ela é rica. Elas nem eram tão amigas assim", defendeu.

Sem férias prolongadas há meses, após emendar as gravações de Cama de Gato com o seriado As Cariocas e a microssérie Afinal, o Que Querem as Mulheres?, Paola afirma que este último trabalho, dirigido por Luiz Fernando Carvalho, foi crucial para começar a rever as formas de composição de suas personagens. Após diversos workshops e trabalhos corporais para a microssérie, a atriz de 28 anos acredita que a produção inspirada em questionamentos de Freud mudou sua percepção na TV. "Faria uma Marina diferente se não tivesse passado pelas mãos do Luiz Fernando. Ele instigou minha vontade de estudar, ler mais e enxergar os trabalhos com uma poesia de cores diferentes", filosofou a atriz, que repicou as madeixas e as clareou para ficar com visual ainda mais arrojado para Insensato Coração.

Em seu primeiro trabalho com Gilberto Braga, Paola volta e meia afirma que não imaginava os bons rumos que sua carreira iria tomar de forma tão acelerada. Afinal, quando ainda gravava Belíssima há seis anos, planejava voltar para São Paulo com o fim da produção. "Não sabia se conseguiria alguma coisa quando acabasse Belíssima. Me fazia mil perguntas, morava em apartamento alugado, aí apareceu O Profeta e fui focando. Hoje moro definitivamente no Rio e sou praticamente uma carioca", divertiu-se.