Formado em janeiro de 2009, o grupo Indigentes de Teatro estreia neste domingo, às 20h, no Teatro João Paulo II, no Dirceu, o espetáculo ?A Cidade Substituída?, baseada no livro de poesias homônima de H. Dobal, com dramaturgia e direção de Vitorino Rodrigues.
Após a estreia, a proposta do diretor é circular com o espetáculo pelas escolas públicas do Maranhão. ?Quero mostrar um pouco da história do Maranhão e chamar a atenção da juventude inquieta e apressada para a riqueza cultural e os valores históricos desse estado?, diz o diretor, declarando que na montagem chama a atenção para preservação do patrimônio arquitetônico e usa elementos da cultura popular, como o boi, o baião e o tambor de crioula. ?Este espetáculo contextualiza a cidade de São Luís, que está se tornando moderna?, explica.
No ano passado, Vitorino diz que inscreveu o projeto de montagem do espetáculo no Programa Mais Cultura, do Ministério da Cultura, sendo contemplado. ?Dessa forma trabalhamos a peça e temos a intenção de viajar tanto pelo Maranhão quanto pelo Piauí e fazer apresentações em escolas públicas?, ressalta, enfatizando que ?A Cidade Substituída? é um espetáculo centrado na identidade cultural.
Segundo Vitorino, a dramaturgia foi construída tendo como gancho a busca da manutenção da memória do passado histórico da cidade de São Luís por um grupo de brincantes, que surge em cena dançando e tocando ritmos da cultura maranhense, notadamente Bumba meu boi, Tambor de crioula e Baião. ?Os ritmos se alternam, se misturam e se dissipam no ar e aos poucos os espaços desta cidade abandonada vão tomando corpo?, informa.
Inicialmente, os atores mostram uma cidade praiana, que recebe a viração do mar, os desejos e carícias de uma gente que se refestela pelas areias de suas praias. Os espaços vão se misturando e se fundindo através da palavra-pedra, palavra-lâmina que se faz matéria e se mimetiza em velhos casarões, ruas, ladeiras, mirantes, outeiro da cruz.
O cenário, formado de blocos de painéis de azulejos e adereços tirados dos figurinos dos brincantes,
formam um mosaico que ora representam um todo, ora se divide em blocos.
O figurino, ora no corpo do ator, ora como adereço do cenário feito pedra daqueles monumentos e construções, fazem menção aos ritmos da cultura maranhense e a energia do povo.
Com duração de 35 minutos, a peça tem no elenco os Jerônimo Macedo, Flávia Souza, José Dantas, Gisele Morais e Hyalison Rafael. O projeto recebeu o prêmio de montagem pelo Edital de Microprojetos Culturais patrocinado pelo Instituto Nordeste Cidadania - Fundação Nacional de Artes ? FUNARTE e Ministério da Cultura.