A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional de Pernambuco protocolou, no final da tarde desta quarta-feira (3), via fax, o pedido inicial de notícia-crime contra a estudante de Direito de São Paulo Mayara Petruso, apontada pelo órgão como responsável por manifestações via internet de preconceito contra nordestinos. As declarações de Mayara Petruso provocaram uma onda de manifestações contra nordestinos logo após a eleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Para os autores da frase, os eleitores da região seriam os responsáveis pela vitória da petista.
A ação foi encaminhada ao Ministério Público Federal, que vai analisar os fatos e determinar se a universitária responderá criminalmente pelos seus atos. Segundo a assessoria da entidade, as pessoas que apoiaram as declarações de Mayara poderão integrar o processo e assim como ela, serem responsabilizadas pelas suas declarações.
"A OAB de São Paulo também vai receber a peça e encaminhá-la ao Ministério Público de São Paulo. A única pessoa identificada pela própria mídia foi a Mayara Petruso. Se o Ministério Público tiver informação de outras pessoas envolvidas, estas também serão incluídas no processo", explicou a assessora da OAB-PE, Heliane Rosenthal.
O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, disse estar "preocupado", pois não é a primeira vez que são realizados atos contra nordestinos pela internet. "Creio que seja uma movimentação de pessoas ignorantes, na essência da palavra, e covardes, porque, posteriormente, retiram suas identificações da rede social. Você vê que isso tem o objetivo de caluniar e difamar as pessoas que moram na região Nordeste. Isso não pode crescer. É o momento de as instituições reagirem, de efetivamente mostrarem que quem fizer será punido", avaliou.