A fórmula para perder peso e dar um fim aos pneus não tem nada de secreta: basta gastar mais energia do que você consome. E, na prática, parece impossível fazer essa equação fechar no vermelho, já que, para torrar tudo o que ingerimos, seria necessário passar muitas horas suando a camisa.
Nem sempre, porém, isso é 100% correto. O cuidado com a dieta é imprescindível ecom alguns macetes simples é possível elevar — e muito — o consumo de calorias enquanto você pratica atividade física e até mesmo durante os afazeres diários.
E essa boa notícia, confirmada por pesquisadores de vários cantos do globo, vale para todos — dos aficionados pelos halteres a quem está começando a se exercitar só agora.
1. PEGUE MAIS PESADO
É o que recomendam pesquisadores da Universidade Furman, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Usar anilhas ou halteres um pouco maiores durante os exercícios, ainda que o volume final da série seja o mesmo, queima cerca de 25% mais calorias — ou seja, você consegue despender mais energia fazendo 5 repetições com pesos de 4 quilos do que 10 repetições com 2 quilos, por exemplo.
Isso porque a carga extra provoca microfissuras nos músculos, obrigando o corpo a um gasto adicional para reconstituí-los. Mas nem pense em fazer isso por conta própria. Converse com o seu treinador. “São necessários testes para determinar a carga ideal para produzir esse resultado sem o risco de lesões”, alerta a educadora física Clóe Celentano, da 4US Consultoria e Assessoria Esportiva, em São Paulo.
2. CURTO-CIRCUITO
Em vez de fazer duas ou três séries seguidas do mesmo exercício, complete apenas uma e parta para o próximo movimento e assim por diante, voltando à primeira etapa só depois de realizar toda a sequência. Essa é outra sugestão de pesquisadores da Universidade Furman. Eles compararam um grupo de voluntários que malhou em circuito e outro que fez musculação da maneira convencional. Conclusão: o primeiro time gastou o dobro de calorias.
Quando a gente faz várias séries no mesmo aparelho, uma depois da outra, costumamos descansar entre elas, deixando a frequência cardíaca cair. “Ao acrescentar uma corrida na esteira ao final de cada rodada, por exemplo, aumenta-se ainda mais o efeito de turbinar a malhação”, ensina Clóe Celentano. “Essa, aliás, é uma ótima estratégia para pessoas com pouco tempo para se exercitar.”
3. ALÉM DO AQUECIMENTO
Um indivíduo deve praticar um exercício aeróbico por pelo menos 12 minutos, na maioria dos dias da semana. Dessa forma, o organismo aprende a usar mais oxigênio, além das enzimas que quebram gordura, na hora da suadeira e, de quebra, nas atividades corriqueiras. A afirmação é de pesquisadores da Universidade do Estado da Pensilvânia, em solo americano.
“Para que o corpo queime os depósitos adiposos, é preciso que ele passe por uma espécie de especialização, já que a gordura é uma substância complexa”, explica Sergio Garcia Stella, coordenador do curso de educação física da Universidade de Ribeirão Preto, no interior paulista. E, sem o trabalho cardiovascular, a tal especialização não ocorre.
4. AGITAÇÃO VERSUS CALMARIA
Outra receita para acelerar a perda de peso é alternar alguns minutos de malhação de alta intensidade e de baixa, durante 20 minutos, três vezes por semana. Foi o que descobriram pesquisadores da Universidade Nova Gales do Sul, na Austrália.
Esse treino vigoroso também reduziu as medidas dos voluntários do estudo em mais de 12% — em ambos os casos, os resultados foram superiores ao do pessoal que se exercitou por 40 minutos. E, claro, o metabolismo desse pessoal foi às alturas. Em outras palavras, o organismo deles passou a consumir mais oxigênio depois da atividade, incinerando os estoques energéticos.
Fragmentar o treino em sessões de 10 minutos, três vezes ao dia, ou malhar durante 30 minutos ininterruptos produzem o mesmo resultado — mas, em alguns casos, a primeira tática é ainda mais eficiente.
5. ESTICA-ESTICA DE RESULTADO
Tem gente que deixa de se alongar antes e depois da atividade física por pura preguiça. Que mancada, diriam cientistas do Instituto Virginia Sportsmedicine, nos Estados Unidos. Eles comprovaram que os alongamentos mantêm os músculos flexíveis, facilitando a movimentação durante as atividades aeróbicas e ainda auxiliam na sua recuperação depois do esforço.
“Um maior número de fibras musculares é recrutado quando nos alongamos. Isso ajuda a prevenir lesões e a gastar mais calorias”, explica Sérgio Garcia Stella. “Além disso, há o aumento na irrigação sanguínea e no tônus muscular”, complementa o personal trainer Fernando Jaeger, do Instituto de Performance Humana no Brasil, um centro de excelência americano voltado ao treinamento dos profissionais de fitness. Tudo isso faz seu exercício render mais — e, assim, gastar mais também.
6. BEBA ÁGUA GELADA
Ela dá mais disposição para malhar, indica um estudo publicado na revista científica Journal of British Studies. O pique para se exercitar, confirma a pesquisa, aumenta em 25% quando se consome o líquido refrigerado em média a 4 oC. Além disso, os goles resfriados deixam a execução do exercício mais fácil. “A temperatura baixa permite que o líquido entre com mais facilidade nas células”, diz Clóe Celentano.
“Ela também melhora a regulação térmica do organismo, prolongando o período da prática da atividade física.” O recomendado é beber 200 mililitros de água ou um copo por hora. “Mas o ideal é ingeri-la aos pouquinhos, evitando, assim, um choque térmico, que pode provocar o mal-estar”, alerta Fernando Jaeger.
7. MEXA OS BRAÇOS AO CAMINHAR E CORRER
O simples ato de dobrar os cotovelos em 90 graus e movimentá-los à medida que dá os passos amplia o gasto calórico em média 15%, além de acelerar automaticamente o ritmo da malhação. “Dessa maneira, mais músculos são envolvidos, exigindo trabalho extra do coração”, explica Clóe.
“A atividade física que mais despende calorias é a corrida na neve com ski, justamente por solicitar tanto as pernas quanto os braços”, exemplifica Sergio Garcia Stella. 8. SUBA A LADEIRA Inclinar a esteira durante a corrida ou a caminhada, sem deixar o ritmo cair, aumenta em 60% o consumo de calorias.
Mas a maioria das pessoas não tem fôlego para isso. A solução, nesse caso, é alternar 5 minutos no plano e outros 5 com o aparelho elevado. “A inclinação até 4 graus é segura até mesmo para quem tem problemas nas articulações”, garante o ortopedista e médico do esporte Victor Matsudo, coordenador científico do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs), na Grande São Paulo.
9. SOM NA CAIXA Levantar pesos ou gastar a sola do tênis na esteira ouvindo músicas animadas é outra tática para exterminar mais e mais calorias. Isso porque as melodias agitadas são capazes de fazer o indivíduo se exercitar até 20% mais. Essa é a conclusão de um estudo da West London’s Brunel University, na Inglaterra.
Os pesquisadores afirmam que o som aumenta o vigor, combate a fadiga e sincroniza os movimentos do corpo com as batidas, evitando que o ritmo da malhação caia. “A música estimula o sistema nervoso simpático, que libera mais adrenalina, elevando o recrutamento de fibras musculares e, de quebra, o gasto calórico”, explica Sergio Garcia Stella.