Capa da edição de aniversário de 38 anos da "Playboy" que chegou às bancas nesta sexta-feira, 9, Nanda Costa conversou sobre seu primeiro ensaio nu. A atriz fotografou para a publicação em um destino inédito, Cuba, e posou para Bob Wolfenson na ruas de Havana.
Apesar de contar com profissionais estrelados na equipe, a atriz garante que a produção não tentou glamurizar Cuba. "A cama onde fotografei estava com o lençol do dono da casa", diz. Sobre o resultado da cirurgia para colocar implante de silicone nos seios ? Nanda havia planejado a intervenção antes mesmo de aceitar o convite da revista ? foi enfática: "Estou me sentindo mais livre!".
Apesar da ansiedade para o momento em que iria tirar a roupa ? "Fiquei ansiosa e quase não dormi na véspera" ? Nanda conta que graças ao fato de poder trabalhar com a equipe que escolheu conseguiu levar o trabalho até o fim e, por isso, pediu que os nomes de todos os integrantes fossem citados nesta entrevista.
A atriz também garante que não lançou mão de nenhum artifício para encorajá-la a posar. "Foi a seco mesmo. Não tive nenhuma ressaca moral", brinca ela, se referindo ao fato de não ter bebido nenhum drinque. Nanda garante ainda que está preparada para possíveis críticas e que não ficou neurótica com a preparação para o ensaio: "Um mês antes de fotografar eu estava em Nova York comendo hambúrguer!". A seguir, a entrevista:
A capa tem sido bastante elogiada principalmente nas redes sociais. O que achou desse feedback? Já percebeu alguma diferença no assédio?
Nanda: Ontem eu acordei e a primeira coisa que pensei foi: "Caraca, eu estou na capa da Playboy!". Como a capa foi divulgada há dois dias e a revista só chega às bancas hoje, ainda não senti o assédio. A não ser pelos fotógrafos que flagraram a minha corrida na Lagoa! Sempre corri ali e nunca ligaram pra mim! (risos)
Cleo Pires disse que quando fez a "Playboy" foi por pura vaidade. O que te motivou a aceitar o convite da revista?
Vamos colocar assim: se eu não acreditasse na proposta não haveria dinheiro no mundo que me fizesse aceitar, mas se o dinheiro não fosse bom, eu também não aceitaria. Também acho que esse convite chegou num bom momento da minha vida e da minha carreira, então digamos que foi uma feliz conjunção de fatores.
Você declarou que pediu que as intervenções com photoshop fossem pequenas porque não queria exibir uma barriga chapada. Por que?
Não existe fotografia sem tratamento de imagem e o Instagram está aí para provar isso. O que eu não queria era imprimir uma mentira. A "Playboy" me convidou com o corpo que eu tenho e é este corpo que eu estou exibindo. Um corpo de verdade, de uma mulher de verdade, com poros, com suor, com vida. Quero que as mulheres se identifiquem. Quero que cada mulher pense "poxa, eu também posso ser capa da Playboy". Quero que os homens olhem para as suas mulheres e digam: "Minha mulher merecia ser capa da "Playboy".
O que conseguiu fazer em Cuba além de fotografar? Teve tempo de passear um pouquinho? Do que mais gostou?
Eu participei do Festival de Cinema de Havana com o filme "Febre do Rato", mas foi uma visita superficial, eu era "atriz convidada". Fiquei com vontade de voltar. Gosto das pessoas, da música, da religiosidade. Somos povos muito parecidos.
A ideia foi sua de fotografar em Cuba? Por que escolheram esse local?
Sim. Quando decidi aceitar o convite para posar nua, várias coisas vieram à minha mente, entre elas a vontade de fazer numa locação inédita, um lugar que parecesse o Brasil, mas onde eu não tivesse que me preocupar com a presença de fotógrafos ou celulares. Também me pareceu pertinente chamar a atenção das pessoas para a situação dos cubanos, que são maravilhosos, mas estão vivendo em condições precárias. Não glamurizamos Cuba. A cama onde fotografei estava com o lençol do dono da casa!
Você colocou silicone. Já tinha vontade de fazer o implante ou sentiu essa necessidade por conta do ensaio?
Há muito tempo eu queria fazer o implante, pois tinha excesso de tecido mamário e era escrava do sutiã. Não mudei o tamanho dos meus seios, foi só uma correção estética. A cirurgia já estava marcada antes de eu aceitar o convite.
Quanto colocou? Está se sentindo diferente, mais poderosa, depois da cirurgia?
Não mudei o tamanho, então não estou me sentindo mais poderosa. Eu diria que estou me sentindo mais livre!
Você já apareceu em cenas de nudez no cinema, mas posar completamente nua para um ensaio fotográfico foi a primeira vez. Ficou nervosa?
Fiquei ansiosa e quase não dormi na véspera das fotos, mas quando cheguei ao set e vi os profissionais que eu escolhi, me senti protegida. O Bob Wolfenson é um artista, me entendeu na hora, foi um encontro mágico; o Eduardo Hirama (diretor de arte) foi de uma delicadeza ímpar; o Wilson Eliodorio (maquiador) sempre fazendo com que eu me sentisse linda; meu stylist Fabrício Miranda me incentivando e escolhendo as peças certas; e meus empresários, Andréa Luz e Marcelo Sebá, cuidaram de cada detalhe para garantir que eu me sentisse protegida e bem cuidada. Se dependesse de mim, eu ia sentando nua na escada, mas a Andréa, que foi quem me acompanhou no trabalho, ia lá antes ver se o local estava limpo, se certificava de que eu estava bem alimentada, garantia a minha integridade física e moral. E, claro, toda a equipe da "Playboy", que me incentivou e me apoiou em todas as minhas vontades. Estou muito feliz com o resultado. O que os leitores verão em 40 páginas é o trabalho dessa equipe maravilhosa de profissionais!
Sua vaidade mudou após esse ensaio? Está se sentindo mais sexy?
Foi uma experiência libertadora, muito mais bacana do que eu imaginava.
Tem mulheres que preferem tomar um drinque para relaxar na hora das fotos. Você usou algum artifício para se soltar ou não foi preciso?
Não, foi a seco mesmo. Não tive nenhuma ressaca moral! (risos)
Como lida com a nudez?
Sou tranquila em relação à nudez, mas respeito o meu corpo. Toda mulher tem que respeitar o próprio corpo. Temos que saber a hora, o local e sobretudo para quem tiramos a roupa.
Fez algum pedido especial para o ensaio? Alguma exigência? Por exemplo, se não faria alguma pose ou não depilaria de tal jeito?
A parte da depilação é engraçada, pois essa questão vem de fato à tona, mas a revista foi enfática em dizer que eu deveria me mostrar da forma que me sentisse mais à vontade. Não foi preciso fazer exigências, pois eu tive liberdade de escolha.
Muitas estrelas de "Playboy" comentam que se surpreendem com o aumento do assédio e de abordagens de uma maneira geral tanto do público masculino quanto feminino. Sentiu que a sua capa abraçou esses dois perfis?
O Rainer Maria Rilke (poeta alemão) aconselhava que se lesse o prefácio depois de ler o livro, que uma obra deve ser apreciada com o mínimo de informação prévia. Eu tenho evitado falar do ensaio para não criar expectativas. Quero que as pessoas vejam e tirem suas conclusões, sejam elas positivas ou negativas. Todo trabalho está sujeito a críticas, não espero unanimidade. Fiz o que eu acredito e é claro que eu espero que gostem.
Soubemos que você fez uma detox antes do ensaio. Como se preparou exatamente? Fez apenas esse detox? Mexeu na rotina de exercícios?
Eu faço sempre, cuido bem do meu corpo, pois ele é o meu instrumento de trabalho. Tento ter uma alimentação saudável e manter uma rotina de exercícios, mas sem paranoia. Claro que dei uma acelerada nas duas semanas antes do ensaio, mas só isso. Um mês antes de fotografar eu estava em Nova York comendo hambúrguer!
Já tem projetos para voltar à TV?
Tenho alguns projetos em cinema, entre eles "Língua Seca", longa-metragem do Homero Olivetto, que eu vou fazer com o Cauã Reymond. Ainda não sei quando volto ao ar, mas não deve demorar muito. Eu adoro fazer novela!