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"Naldo e Anitta são as cerejas que faltavam no bolo", diz Buchecha

Buchecha acredita que o pontapé dado por ele e Claudinho no funk foi uma quebra de barreiras para a aceitação do ritmo.

Em uma maratona de 25 shows por mês ? um deles todas às quintas-feiras em uma casa noturna de São Paulo ? o cantor Buchecha diz que o funk vive um dos melhores momentos desde o início de sua carreira. De acordo com ele, há uma ascensão do ritmo no Brasil com a chegada de novos artistas.

"É uma satisfação ver essa ascensão. Nós, das antigas, ganhamos também. Naldo e Anitta, por exemplo, são as cerejas que faltavam no bolo do funk", diz o músico, que foi o pioneiro na vertente melody do funk e despontou para o sucesso em 1995, ao lado de Claudinho, com os hits "Quero te Encontrar", "Só Love" e "Nosso Sonho". Seu parceiro morreu há exatos 11 anos, no dia 13 de julho de 2002, em um acidente de carro.

Buchecha acredita que o pontapé dado por ele e Claudinho no funk foi uma quebra de barreiras para a aceitação do ritmo. "A princípio, o funk era só no Rio de Janeiro e tinha aquela característica de falar dos morros. A gente achava que não ia conseguir fazer uma parada em São Paulo e conseguimos. Por isso, tudo que acontece agora não é uma grande surpresa para mim", explica ele em entrevista ao UOL, concedida na última quinta-feira (11), na casa de shows Outlaws. O cantor fez apresentação com participação de MC Marcinho.

Na casa noturna, o cantor é residente e já fez duetos com Latino, Anitta, Fiuk e MC Sapão, entre outros. Nos finais de semana, Buchecha se divide entre festas de formatura, bailes cariocas presentes em São Paulo e shows pelo Brasil.

Mesmo com inúmeras conquistas desde o início da carreira, o funkeiro atribui seus passos ao parceiro. O cantor ainda fala de Claudinho como se ele fizesse parte do cenário do funk e de sua vida. "Se Claudinho estivesse vivo, estaria se divertindo para caramba. Com ele não tinha tempo ruim". E acrescenta: "É difícil fazer uma previsão de como estaria a nossa carreira, mas acho que seria como estou agora. Ele era esse cara que não parava, que ficava vislumbrando outras coisas".

Altos e baixos da carreira

Em seus 15 anos de carreira, Buchecha diz que o momento mais importante foi o "boom" que ocorreu em 1995. Segundo ele, o primeiro CD da dupla foi lançado com 10 mil cópias e se esgotou em apenas três dias. "Lembro que tiveram que fazer outras cópias rapidamente e as capas saíram verdes com a minha cara e do Claudinho tortas", conta ele aos risos.

Na mesma dose em que celebra o início de sua vida musical, o cantor fala com tristeza da circunstância que quase o fez desistir: Buchecha ficou sem Claudinho. "Com a perda de Claudinho, deu uma baixada, eu parei e fiquei anos levando com a barriga minha profissão. Não querendo trabalhar e nem ir à TV".

Mesmo assim, o músico acredita que não teve um ponto baixo durante todos esses anos. "Meu lado humano me mostrou que nunca devemos ter um ponto baixo. Não importa o que aconteça, sempre será alto, alto astral. Porque quando a gente tem verdade e vontade, você recomeça o tempo todo".

Novos passos

"Não é difícil se reinventar", acredita Buchecha. Para ele, buscar novidades o tempo todo faz parte da profissão. Pensando nisso, investiu em uma parceria com o rapper americano Flo Rida com a música "Baile em Miami".

"Ele é da mesma gravadora que eu e, no ano passado, veio fazer a turnê pelo Brasil. Nessa época, o Flo Rida declarou que queria fazer uma parceria com alguém. Eu fui atrás e ele gostou", explica o funkeiro, que diz não planejar uma carreira internacional por que teria "que investir milhões de reais".

Já no Brasil, Buchecha pensa grande. Ainda no segundo semestre, vai lançar um novo álbum com "várias parcerias". "Serão só músicas inéditas e gente grande vem por aí".