Entretenimento

Ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, usou voo da FAB duas vezes

Ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo, usou aviões da FAB duas vezes

Segundo nota da assessoria do tribunal, Barbosa foi em uma aeronave da FAB a Natal, em abril, para inspeção em comarcas. Em maio, foi à Costa Rica participar de conferência. A nota da assessoria não informou os custos das viagens.

Desde ontem, o governo exibe na internet os dados sobre voos oficiais. A medida foi tomada após a Folha revelar que ministro e presidentes da Câmara e do Senado usaram aviões da FAB para ir a jogos de futebol e até a casamento.

De acordo com a nota da assessoria, Barbosa determinou a publicação de dados das viagens de todas as autoridades do tribunal em aviões da FAB. Mas, segundo a própria assessoria, os outros dez ministros da corte não têm poder para solicitar essas aeronaves.RELEMBRE OS CASOS

O Painel da Folha revelou no dia 4 de julho que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), usou o avião da FAB para ir ao casamento da filha do líder do PMDB na Casa, Eduardo Braga (AM), que ocorreu em Trancoso (BA) e reuniu diversas autoridades.

Renan devolveu R$ 32 mil aos cofres públicos relativos ao uso da aeronave oficial no dia 15 de junho entre as cidades de Maceió, Porto Seguro e Brasília para participar do casamento.

No dia 5 de julho, a Folha também revelou que o ministro Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social, viajou ao Rio em avião da FAB para ver o jogo do Brasil. No dia 28 de junho, Garibaldi foi a Fortaleza em agenda oficial. Em vez de voltar a Brasília, ele voou para o Rio, onde assistiu à partida no domingo. "Me senti no direito de o avião me deixar onde eu quisesse ficar", afirmou o ministro.

Garibaldi é primo do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que usou outro avião da FAB para ver o jogo da seleção. A Folha revelou no dia 3 de julho que Alves levou sete convidados de Natal para o Rio. Glauber Gentil, que foi para o Rio com Garibaldi, pegou carona com Alves para voltar a Natal.

No mesmo dia, o presidente da Câmara disse que errou ao permitir que sete parentes pegassem carona em um avião da FAB para assistir ao jogo da seleção e devolveu à União R$ 9,7 mil, segundo ele, equivale em bilhetes comerciais à carona dada a parentes em avião oficial.