Mais de dois meses depois de sua morte, em 25 de junho, Michael Jackson deverá ser enterrado nesta quinta-feira (3) no cemitério Forest Lawn, em Glendale, perto de Los Angeles, em uma cerimônia privada apenas para a família e os amigos do artista, com fortes medidas de segurança. As ruas ao redor serão fechadas, assim como o espaço aéreo próximo ao local.
O corpo será levado para uma área de acesso restrito, um mausoléu feito de mármore e concreto reforçado, protegido de curiosos, longe dos holofotes e dos paparazzi. Segundo confirmou Jesse Derris, relações públicas contratado pela família do astro, a cerimônia está prevista para as 19h locais (23h de Brasília).
Marlon, irmão do cantor, disse que os três filhos de Michael Jackson - Prince Michael, 12, Paris, 11, e Blanket, 7 - escreveram uma carta onde se lê: "Papai, nós te amamos, sentimos sua falta". O bilhete será depositado junto ao corpo do rei do pop.
A diva do soul Aretha Franklin deverá cantar durante a cerimônia, que poderá ter a presença de Diana Ross, que também não foi ao evento dedicado ao artista no Staples Center, em 7 de julho.
Na última quarta-feira (2), a mãe do cantor recebeu o direito de que o enterro seja pago com o dinheiro da herança deixada pelo astro. A solicitação à Justiça foi feita por Katherine Jackson um dia antes. Em seu testamento, o rei do pop estipulou que sua herança e seus negócios fossem administrados pelo advogado John Branca e o executivo de gravadora John McClain.
A certidão de óbito de Michael Jackson recebeu uma emenda para incluir as circunstâncias de sua morte, declarada como homicídio e especificada como "injeção intravenosa por um outro". O registro lista "intoxicação aguda por propofol" como a causa principal e "efeito benzodiazepínico" como outra contribuição significativa.
Cemitério com história
Michael Jackson vai descansar em paz cercado pela grandiosidade dos monumentos e de lendas de Hollywood, como Clark Gable, Walt Disney e Nat King Cole, além de uma réplica de vidro em tamanho real de ?A última ceia" de Leonardo da Vinci, e de uma reprodução de uma escultura que Michelangelo fez para a tumba do Papa Julius II em Roma.
Fundado em 1906 por um grupo de homens de negócio na cidade de Tropico (mais tarde Glendale), o parque onde fica o cemitério de Forest Lawn não tinha floresta nem gramado, apenas lápides tradicionais de granito.
O cenário mudou com a chegada de Hubert Eaton em 1912, que havia perdido uma pequena fortuna em uma mina em Nevada e precisava recuperar seu dinheiro como vendedor. Ele então convenceu as pessoas a comprar lotes antes de morrer, fazendo com que as vendas aumentassem 250 por cento.
Em três anos, ele se tornou gerente-geral e passou a colecionar arte e reproduções, acrescentando mausoléus, árvores, capelas e até uma loja de souvenir.
Hoje, o cemitério tem 300 acres e emprega 150 pessoas. O local foi dividido em seções batizadas de Slumberland, Babyland, Graceland e Inspiration Slope. Durante décadas, o cemitério seguiu a política de abrigar apenas brancos, e não se sabe em que ano isso mudou.
Cerca de 70 mil pessoas já se casaram no parque de Forest Lawn, incluindo Ronald Reagan e Jane Wyman, e especula-se que a procura pelo local tenha aumentado desde que a família de Michael Jackson anunciou seus planos de enterrar ali o corpo do rei do pop. Os profissionais da área, no entanto, dizem que a privacidade dos parentes e amigos do astro está garantida, já que o acesso ao mausoléu é monitorado.