Entretenimento

Menina fica morta por 25 minutos, mas técnica de "hibernação" a salva

Pais de menina britânica que teve corpo resfriado fazem campanha para ampliar conhecimento da técnica.

Uma mãe que teve a filha recém-nascida ressuscitada após ter ficado cerca de 25 minutos morta está fazendo uma campanha para levantar fundos para o hospital que salvou a vida da criança.

A história de Ella Claxton, hoje com nove meses de idade, é uma das mais dramáticas e bem-sucedidas que ocorreram na maternidade de Rosie, em Addenbrooke, que faz parte dos hospitais públicos da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha.

A placenta da mãe rompeu durante o parto, interrompendo o fornecimento de sangue e oxigênio para o cérebro da menina.

"Tudo o que lembro é de ver sangue escorrendo do nariz dela", contou a mãe, Rachel, segundo declarações reproduzidas no site do hospital.

"Os próximos 45 minutos foram os mais longos da minha vida. Médicos, especialistas, parteiras por toda parte. Consegui ver de soslaio alguém fazendo massagem cardíaca na minha filha e bolsas de sangue passando de mão em mão, e ninguém me dizia nada."

Só mais tarde, a mãe, de 32 anos, descobriu que a filha permanecera clinicamente morta por 25 minutos.

Depois de ressuscitada, Ella foi levada para a UTI do Rosie Hospital, onde um cobertor térmico baixou a temperatura do seu corpo para 33,5 ºC - a temperatura normal é de 37,5 ºC - a fim de reduzir o dano cerebral.

Os tratamentos de resfriamentos, que têm se tornado cada vez mais comuns, têm como objetivo reduzir o funcionamento do corpo.

O efeito da hipotermia é semelhante ao da hibernação: funções como respiração, batimentos cardíacos, atividade cerebral e pressão sanguínea podem ser realizadas requerendo menos oxigênio e energia.

Após 72 horas, a temperatura corporal da menina foi sendo gradualmente elevada em 0,5 ºC. Onze dias depois, Ella recebeu alta.

"Hoje, acho que o tratamento de esfriamento salvou minha filha de um dano grave no cérebro ou até da morte. Ela tem quase dez meses agora e está crescendo muito bem", disse Rachel.

"Ela faz fisioterapia regularmente porque ainda não começou a engatinhar direito e os médicos notaram que o lado direito é mais fraco. Mas isto não é nada, ela está conosco e isso é um milagre."

Campanha

Agradecida, a mãe endossou uma campanha para levantar 7 milhões de libras (cerca de R$ 19 milhões) para reformar uma ala da maternidade. Um contador no site da instituição indica que metade do valor já foi arrecadado.

A instituição diz que é o hospital neonatal da região leste da Inglaterra com as condições mais avançadas para lidar com casos graves.

Entre 2008 e 2009, foram registrados 5,7 mil nascimentos na maternidade, ou cerca de 1.700 acima da capacidade da instituição. "Até 2020, a estimativa é que esse número chegue a 7,5 mil, portanto a expansão é essencial", afirma a instituição.

Na rede social Facebook, a campanha para levantar fundos diz que "as novas instalações atenderão à demanda crescente, incluindo um serviço maior de maternidade e atendimento à saúde da mulher".

"É o lugar perfeito, e serão o lugar perfeito para trazer ao mundo a nova geração dos bebês Rosie!"