Uma decisão da Justiça bloqueou R$ 2,5 milhões de um prêmio da Mega-Sena, que saiu em outubro deste ano. Segundo o procurador-regional José Diogo Cyrillo da Silva, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional 4ª Região, esse dinheiro deve ser usado para pagar uma dívida do ganhador da bolada com a União.
O concurso 1.220 foi sorteado em 6 de outubro. Uma única aposta, registrada em Fontoura Xavier (RS), acertou as dezenas da faixa principal. O empresário que se identificou como dono do bilhete ganhou R$ 119 milhões. Foi o maior prêmio pago por essa modalidade de loteria, em sorteios regulares. Na época, a Caixa Econômica Federal informou que o dinheiro havia sido aplicado na poupança.
O procurador-regional Silva disse ao G1 que começou a investigar o caso depois de ler uma reportagem na qual o dono do bilhete premiado dizia que tinha uma dívida trabalhista. "Achei estranho e pensei: se ele está devendo para funcionários, pode estar devendo para a Receita também", lembrou.
De acordo com Silva, o primeiro passo foi identificar o frigorífico que pertence ao empresário. Em seguida, ele cruzou os dados oficiais e encontrou a dívida com a União -- a maior parte dela é referente a contribuições previdenciárias.
O procurador afirmou que o ganhar da Mega-Sena pode recorrer. "Uma hora esse dinheiro vai entrar no caixa público", comentou.
Investigação
O prêmio também é alvo de uma investigação criminal. O delegado responsável não quis falar sobre o assunto, alegando que o caso corre em segredo de Justiça. Segundo o jornal "Zero Hora", o empresário teria usado um bilhete que fazia parte de um "bolão" para sacar o prêmio.