Quem ainda se arrisca nas máquinas de bronzeamento artificial por aí já choca pela falta de responsabilidade com a própria pele. Mas, pior do que isso, um estudo americano descobriu que mulheres jovens deixariam a prática de lado se soubesse que há grande risco de ganharem rugas! A vaidade é maior que a preocupação com o câncer de pele - suas cirurgias, cicatrizes, quimioterapia e até a morte.
Esse mesmo estudo descobriu uma redução no número de usuárias que foram avisadas quanto às rugas que a máquina pode levar.
Saber que as câmaras de bronzeamento aumentam em 75% o risco de câncer de pele não foi suficiente. "Elas não estão preocupadas com o câncer de pele, mas sim em ficarem menos atraentes", disse June Robinson, professora de dermatologia da Northwestern University Feinberg School of Medicine, autora do estudo, já publicado no "Archives of Dermatology". "O medo de ficar feia é maior que todos os outros".
A pesquisa, feita com 435 universitárias, entre 18 e 22 anos que fazem bronzeamento artificial, mostrou que avisar sobre os efeitos na aparência causou 35% de queda nas visitas em clínicas. Joel Hillhouse, outro autor da pesquisa, afirmou que algumas das que participaram da pesquisa até deixaram o advento hi-tech para trás.
O grupo pesquisado foi formado por mulheres que vão a clínicas quatro vezes por semana - muito mais do que o necessário e indicado - e que querem o bronzeado por razões psicológicas, e não um evento especial. Muitas não gostam da cor da pele. Outras, disseram se sentir melhor e mais relaxadas após o bronzeamento. "Elas estavam medicando a própria depressão", afirma Robinson.
Depois de lerem um livreto elaborado pelos pesquisadores, que discutia os efeitos do bronzeamento na aparência e explicava como os raios ultravioletas destroem o colágeno da pele, as participantes tinham que colocar suas atitudes num diário, duas vezes por semana. E o resultado surpreendeu, já que muitas declararam muito mais medo das rugas que de doenças como o câncer.
"Mostrando como o bronzeamento artificial atinge a aparência conseguimos que elas parassem para pensar e procurassem alternativas às máquinas", comemora Joel. Então, se a vaidade motiva mais que os problemas (reais) de saúde, a ideia de fazer campanhas nesse sentido poderia ser repetida em outras áreas, como com o cigarro ou a bebida. Faria, será, mais efeito?