O autor Manoel Carlos, atualmente no ar com "Viver a Vida", é destaque da revista "TPM" deste mês. Aos 76 anos de idade e mais de 15 novelas no currículo, ele falou na entrevista sobre mulheres, novelas, drogas e sexo. Confira alguns trechos. Mulheres “A profissão de atriz é a melhor do mundo para uma mulher. Porque ela cria uma liberdade de a atriz ser prostituta, freira, honesta, desonesta. Os homens, de certa maneira, já têm na vida real um leque mais amplo de oportunidades.”
“Fui muito feliz nos meus casamentos. Eles acabaram quando vimos que a felicidade estava acabando. Não arrastei nenhum cadáver. Tive coragem, e as minhas ex-mulheres também, de acabar com o casamento mesmo tendo filhos pequenos.” Sexo “Depois de certa idade, faz-se mais sexo com a cabeça do que com o resto do corpo.
Mas existem recursos na medicina que prolongam a vida sexual de homens e mulheres com satisfação. O fundamental é não perder o desejo. Enquanto há tesão, há vida sexual ativa.”
Novelas
“Desta vez estou imaginando que seja minha última novela. Tenho 76 anos e um filho de 17. Por mais que eu viva, não vivo mais 20 anos. Então, é preciso que eu pare. Tenho vontade de que seja a última sem nenhuma morbidez. A morte é a mais fiel das companheiras, pois nasce conosco, permanece ao nosso lado por toda a vida e nos leva quando tem que levar. Não a vejo com horror. Estou naquela idade em que vir a morrer não vai surpreender.”
Drogas
“Na época em que comecei, em 1951, as drogas consumidas eram a maconha e o lança-perfume. Muito inofensivas para o que veio depois. Cocaína era quase uma ficção. Mas ela chegou, como chegam todos os vícios, e fez um grande estrago por muito tempo. Hoje sabemos que o uso está bastante limitado. E 80% dos consumidores têm consciência dos males desse uso e procuram ajuda em clínicas especializadas.”