Entretenimento

Mancha, Rosas e Vila Maria são destaques no 1º dia em São Paulo

As escolas de samba atingiram as maiores notas em enquete realizada pela TV Globo

A primeira noite de desfiles do grupo especial das escolas de samba de São Paulo foi marcada pelos problemas da Nenê de Vila Matilde, última escola a percorrer o Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. Mas, a noite de sexta-feira (20) e a madrugada de sábado (21) de carnaval ocorreram com tranquilidade e o público que acompanhou a transmissão pela TV Globo escolheu os destaques.

As escolas que atingiram as maiores notas, de acordo com enquete realizada pela TV Globo, foram a Mancha Verde, que recebeu 9,7; Rosas de Ouro, com 9,5; e Unidos de Vila Maria, com 9,3.

A Nenê de Vila Matilde, quarta colocada na votação popular (8,9), passou por momentos de nervosismo ainda na concentração. Primeiro o carnavalesco Lucas Pinto deixou o Anhembi após uma confusão com integrantes da escola e, em seguida, um carro apresentou problemas e entrou fora da ordem prevista no desfile.

Apesar dos problemas, a escola começou e terminou o desfile no horário. A Nenê levou para a avenida um desfile em homenagem aos 60 anos da escola: ?Coração Guerreiro. A grande refazenda do samba?. A pontualidade foi uma constante no primeiro dia de desfiles. Todas as escolas respeitaram o cronômetro e colocaram na avenida apresentações que não devem ter problemas com os critérios técnicos.

Torcida por Pernambuco

A Mancha Verde fez um desfile em homenagem a Pernambuco, mostrando a riqueza cultural do estado nordestino. Foi a preferida pelos telespectadores da TV Globo na primeira noite. Durante a apresentação, integrantes da escola distribuíram bandeiras e sinalizadores de luz. Os foliões saudaram a passagem das alegorias.

O maior desafio do carnavalesco Fernando Dias foi desenvolver um enredo sobre Pernambuco sem nunca ter visitado o estado. As festas de São João, o bloco Galo da Madrugada, o carnaval de Olinda e o artesanato pernambucano foram alguns dos aspectos da cultura do estado tratados nas 35 alas e nos seis carros alegóricos da Mancha Verde.

Tecnologia

A Rosas de Ouro, segunda a pisar na avenida, fez um desfile sobre o sonho do carnaval. Na entrada do desfile, a agremiação fez uma homenagem a todas as escolas paulistanas. Os 14 componentes da comissão de frente carregaram os pavilhões de todas as escolas do grupo especial.

A proposta do carnavalesco Jorge de Freitas foi fazer com que o público refletisse sobre a magia do carnaval. A escola foi a que mais usou recursos de tecnologia em seu desfile, com jogo de luzes nos carros e até um telão que mostrou imagens do trabalho feito no barracão da agremiação.

Dinheiro

Em ano de crise mundial, a Unidos de Vila Maria falou sobre o luxo e a riqueza. A agremiação driblou os recursos escassos que são uma constante no carnaval e agradou o público em um desfile animado e com muitas cores. A Vila Maria desfilou com 5,4 mil componentes, divididos em 27 alas e cinco carros alegóricos. Na bateria, Mestre Mi comandou 250 ritmistas para agitar o Anhembi.

As outras três escolas que desfilaram foram Unidos do Peruche, Tom Maior e X-9 Paulistana. Para contar o enredo "...Do Ventre da Terra, a indomável cobiça do homem...", a Unidos do Peruche ? que subiu do grupo de acesso - falou das joias e fez uma viagem desde a pré-história até a atualidade.

A Tom Maior fez uma apresentação cheia de celebridades para prestar uma dupla homenagem: à cultura angolana e a ao sambista Martinho da Vila. Entre os famosos estavam a bailarina Adriana Bombom, a apresentadora Ana Hickmann, o cantor Frank Aguiar, a Miss Angola 2008, Tânia Oliveira, e a Minimiss Mundo Natália do Amaral Stangherlin. Foi o desfile que mais reuniu famosos no Anhembi.

Penúltima a percorrer o sambódromo, a X-9 Paulistana fez um desfile para mostrar a riquezas naturais da Amazônia. Grande parte das alas da escola tinha nomes de filmes americanos, como "O massacre da serra elétrica". Entre as diversidades usadas para falar da Amazônia apareceu até um Homem-Aranha que veio no terceiro carro da agremiação da Parada Inglesa, mostrando que "licença poética" não tem limite quando o assunto é carnaval.

O quarto carro da escola foi o que mais empolgou o público. A alegoria fez alusão ao Cassino do Chacrinha e colocou como destaques o cover do polêmico apresentador e a ex-chacrete Rita Cadillac.

A primeira noite de desfiles no Anhembi também foi marcada pela presença de celebridades que fizeram o papel de musas das escolas.

A modelo Ellen Rocche, de 29 anos, que há nove desfila na Rosas de Ouro, foi assediada pelo público mesmo antes de entrar na avenida. A bela levantou a arquibancada e emocionou a torcida sempre que passava.

Como madrinha de bateria, a dançarina Scheila Carvalho também encantou o público da Unidos de Vila Maria. Vestida de dourado, Scheila puxou o coração da escola ao lado da rainha Rita Jorge.

Outra madrinha de bateria que animou a arquibancada foi a dançarina Adriana Bombom, da Tom Maior. A mulher do músico Dudu Nobre desfila pela escola desde 2006 e, como nos três anos anteriores, agitou o público pela energia e animação.

Verde da cabeça aos pés, a rainha Viviane Araújo puxou a bateria da Mancha Verde. Já a X-9 Paulistana colocou como destaque a modelo goiana Viviane Castro, que ficou conhecida em 2008 por usar um tapa-sexo de 3,5 cm no carnaval do Rio de Janeiro. No desfile da escola paulistana, Viviane repetiu o uso do tapa-sexo e pintou o corpo com as figuras de Barack Obama e Lula.