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Luana Piovanni comemora vitória sobre o ex-marido Dado Dolabella

Luana Piovanni diz estar muito feliz

No camarim do Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico, antes de encenar a peça infantil ?Mania de explicação?, Luana Piovani recebeu a imprensa. E falou da vitória judicial contra o ex, Dado Dolabella, de trabalho, do filho Dom e do que faz quando o marido, Pedro Scooby, pega ondas gigantes.


Luana Piovanni comemora vitória sobre o ex-marido Dado Dolabella

Recentemente, você comemorou uma nova vitória judicial contra o seu ex-namorado, Dado Dolabella, que por decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça voltou a ser enquadrado na Lei Maria da Penha, por tê-la agredido em 2008 numa boate. Qual foi o seu sentimento ao saber da decisão?

Minha felicidade não é tanto por mim. Minha ferida está fechada e cicatrizada há muito tempo. É pelo que representa para a sociedade. Como é que um desembargador vem dizer que uma mulher por não ser hipossuficiente (pessoa de poucos recursos), que não tem uma certidão de casamento, não pode ser protegida pelas leis de um país? Isso me deixava totalmente indignada. Mas hoje estou dez vidas mais evoluída do que há seis anos, quando tudo aconteceu.

E por ter denunciado o Dado, você é procurada por mulheres que sofreram alguma agressão?

Algumas me escrevem, me agradecem. No meu Instagram, tem uns três depoimentos de mulheres falando a respeito. Na época, recebi cartas de psiquiatras da Zona Sul, inclusive. Um dizia que o meu nome tinha surgido três vezes no consultório dele naquela semana, que há muito mais violência no meio com mais informação e poder aquisitivo do que a gente sonha, e que são justamente essas mulheres que se calam perante a sociedade.

Pensou na repercussão que haveria na sua vida pública, quando fez o registro policial da agressão?

Claro. Levei três dias pensando não só no impacto da pessoa pública, como na minha vida pessoal. Foi uma coisa dificílima de fazer. Mas precisava fazer, senão não seria eu. Nasci assim, indagadora, não vou dizer amém para as coisas erradas. Graças a Deus! Se tivesse nascido na época da ditadura, tinha morrido num pau de arara. Ainda bem que não nasci.

Você saiu do Twitter , em 2013, depois de receber ameaças por ter provocado os corintianos e voltou às redes sociais com o Instagram. Não consegue ficar sem ter um canal de comunicação virtual?

Muito antes do Twitter, tive por 15 anos um site. Neguinho não sabia o que era comunicação na internet e eu já estava ali metendo a boca no trombone. Depois do Twitter, entendi que tenho que pensar no que posto. Fiquei com medo, claro. Sou paulista, sei o que significa a torcida do Corinthians (Luana é são-paulina roxa).

Hoje, aos 37 anos, você escolhe as brigas que vai comprar?

Aprendi a usar melhor as palavras. O segredo está em lutar por seus direitos sem perder a razão. Não é no grito.

Você está fazendo o seu quarto espetáculo infantil, o primeiro depois de ter tido Dom (de 2 anos). A maternidade fez diferença?

Sempre ofereci teatro de conteúdo e qualidade para o filho dos outros. Agora tenho um filho na plateia.

Quando você fala de teatro infantil no Instagram, escreve a hastag #formandoplateia. É uma missão?

Faço teatro infantil porque acredito que se a gente quer viver num lugar melhor, tem que educar as crianças. Nós estamos velhos, não vamos mudar o mundo. A criança que precisa de educação e cultura para se saber conhecedora dos seus direitos e deveres, para isso aqui estar habitável no futuro.

Com tamanho envolvimento, o que achou do ator Caio Castro ter dito que não gosta de teatro?

O Caio é um menino lindo, que está tendo uma oportunidade incrível na vida dele, e eu quero que ele e que todo mundo seja feliz. A vida é feita de escolhas, cada um faz a sua e eu respeito a de todo mundo.

Por que deixou de apresentar o ?Superbonita? no GNT?

Eu tinha muito poder de decisão no programa. Dava ok, na pauta, nas convidadas, na equipe técnica. E eles se sentiram um pouco engessados. Daí a gente reincidiu o contrato. Acho que estavam querendo uma apresentadora que só apresentasse.

Vai ser complicado para a ex-apresentadora do ?Superbonita? ficar sem fazer a sobrancelha para viver uma taxista no filme ?Berenice procura??

Isso é uma bobagem. Uma taxista de Copacabana ganha um determinado valor por mês, não pode ter cara de capa de revista. A história da Berenice é legal. Como é taxista, acompanha a vida de muita gente e vê o assassinato de um travesti. Aí ela começa a investigar, tem um quê policial.

Em seu próximo trabalho na TV, a série ?Dupla identidade?, você viverá uma policial de verdade, e já disse nas redes sociais ter medo da polícia. A trama pode fazer sua opinião mudar?

Acho que não. O que vai me fazer sentir mais protegida em relação à segurança do nosso país é a política, investimento em policiais melhor treinados. É uma questão política e não tem nada a ver com o fato de eu ser uma atriz e fazer uma policial.

No passado, você mostrou à Globo um piloto de um programa para crianças que não foi aprovado. Ainda tem o sonho de ser apresentadora infantil?

Nem fala! Esse programa é tão incrível. Esse sonho e outros 40 se mantêm. Também tenho vontade de ter uma creche, de ter uma loja de brinquedos instrutivos, mas a gente vai realizando o que dá, conforme as oportunidades vão chegando...

Quer ter outros filhos?

Se Deus quiser, vamos ter mais dois filhos, no mínimo. Também queremos adotar, mas é que para isso tudo acontecer a gente tem que ter casa grande, condições financeiras.

E como lida com o esporte que o Pedro pratica (tow in, surfe em ondas gigantes, de até 30 metros)?

Lido bem demais, porque finjo que não existe. Nunca vou às competições. Porque se estivesse na praia, ia me agarrar no pé dele e gritar: ?Você não vai, você não vai!?. Ele me liga e fala: ?é amanhã que vai entrar o swell (série de ondas grandes)?. Daí rezo antes de dormir, rezo quando acordo e peço: ?Meu Deus, me acompanha no dia de hoje, protege meu marido, faz ele entrar e sair inteiro?. E vou fazendo coisa, fazendo coisa. Quando falo com ele, já acabou, já pegou a onda, já está feliz. Então, se um dia acontecer de dar merda (bate na madeira), vou saber em 15 minutos.

E se o Dom quiser seguir os passos do pai?

Imagina, ele pode ser escritor, maestro, guitarrista, diretor de fotografia. Acho chiquérrimo. Enfim, mil coisas. Vou dar uma incentivada na maciota, e você não conta isso para Pedro!