O ex-piloto inglês Stirling Moss, de 83 anos, foi acusado de homofobia após dizer que não gostaria que um ator gay o interpretasse em um filme. Depois, ele teve que se retratar dizendo que não tem nada contra a diversidade e que tem amigos homossexuais.
Tudo começou com uma declaração feita no Hall da Fama do Automobilismo em Londres, quando ouviu que o ator australiano Chris Hemsworth, do filme "Thor", interpretaria o campeão James Hunt no filme "Rush", sobre a rivalidade com Niki Lauda.
"Gostaria que o ator que me interpretasse fosse masculino, não uma bicha ou qualquer coisa assim", disparou Moss. Nesta frase, o ex-piloto usou um termo inglês "poofter", considerado pejorativo para se referir aos homossexuais.
Em seguida, ele piorou a situação: "Acho que seria difícil para alguém que é homossexual ser persuasivo nesse papel, porque eu passei a minha vida dirigindo carros e correndo atrás de mulheres", afirmou Moss ao jornal inglês Mirror.
Lideranças gays ouvidas pelo jornal Daily Mail repudiaram a declaração de Moss, como o ativista inglês de direitos humanos Peter Tatchell: "É uma pena que um herói do esporte britânico tenha usado essa linguagem vulgar e homofóbica. Preconceito não tem lugar no esporte".
A repercussão fez com que Moss precisasse se retratar: "Sinto muito se ofendi alguém, mas estou decepcionado por alguém ser tão pobre de espírito ao tomar isso como ofensa. Não tive essa intenção. Eu tenho amigos homossexuais, não há nada de errado com isso".
Stirling Moss é conhecido como o melhor piloto que nunca ganhou um título. Ele teve quatro vice-campeonatos seguidos entre 1955 e 1958, na época do auge de Juan Manuel Fangio. Com 16 vitórias na Fórmula 1, Moss encerrou a carreira em 1962, após sofrer um acidente que o deixou em coma.