Participante do primeiro "BBB", Cristiana formou com Leka uma forte parceria dentro do reality. Longe das câmeras, no entanto, a funkeira diz que as coisas mudaram. Dez anos depois, a publicitária conta tudo que aconteceu em sua vida e revela que a amizade com Leka acabou por causa de dinheiro.
"Tinha a péssima mania de acreditar nas pessoas, achar que o mundo era lindo. Mesmo a Leka tendo votado em mim no programa, a considerava uma amiga, porque lá era um jogo. Quando ela saiu, fui recebê-la no Projac, mas tudo acabou depois que ela não pagou a minha parte de um prêmio que ganhamos", diz Cris em mais uma entrevista da série sobre os dez anos de "BBB".
A ex-funkeira alega que Leka descumpriu um acordo para dividir o prêmio da lavagem de roupa suja. "Existia uma votação para um participante ganhar 50 mil reais. Estávamos quase empatadas e a Leka pediu para eu votar nela, porque ela ganharia e dividiria o prêmio comigo. Ela ganhou, pediu para eu passar minha conta, mas nunca vi o dinheiro", diz, explicando que cobrou sua parte, mas não teve resposta: "Sofri um acidente de carro grave na época, tentei ligar para ela, precisava do dinheiro para pagar meu tratamento, mas ela nem me atendia mais"
Apesar de dizer que o dinheiro fez falta na época, Cris jura que não guarda mágoa da ex-amiga: "Sou outra pessoa hoje, não tenho mágoa não. Nunca mais nos falamos, mas passou".
Discriminada na igreja
Evangélica na época do "BBB", Cris criou polêmica ao aparecer fumando e bebendo no programa. Fora da casa, ela conta que sofreu discriminação de algumas igrejas. "Era evangélica mesmo, mas longe de usar saião e cabelo comprido. Adorei a cultura evangélica, o que o pastor pregava, me encantei com isso. Dentro do programa fumava, bebia nas festas e quando saí, algumas igrejas deram depoimentos dizendo que eu deveria ser expulsa. Discriminação não é uma coisa que venha de Deus, então começou a perder o encanto", contou ela, que hoje é Kardecista.
Apesar de se queixar de alguns pontos negativos de sua participação no "BBB", Cris também coleciona bons momentos. "Foi um grande desafio morar 30 dias numa casa com pessoas estranhas. Na época, gostava muito de funk, isso me rendeu um trabalho na Furacão 2000 por dois anos. Era bem remunerada, consegui juntar dinheiro, comprar minhas coisas. Tudo isso, graças ao "Big Brother". Também conquistei um grande amigo, que é o André Gabeh", analisa.
Casada há 6 anos e trabalhando novamente com Publicidade, a ex-participante revela que só participaria do programa novamente se tivesse certeza que iria ganhar. "Teria que ter muita certeza que levaria o prêmio, porque o difícil é depois do programa. Quando você sai, todo mundo te reconhece. Você dá autógrafos, faz eventos, mas depois que começa a próxima edição, já não é mais tão requisitada. Reconquistar sua "vida" novamente é punk", pondera
Cris diz que teve dificuldade para reconquistar a credibilidade no mercado profissional. "Não sou atriz, nem cantora. Trabalho com Publicidade e, como uma ex-bbb, até você adquirir a credibilidade com os clientes de novo, é complicado. Tive que reconquistar meu reconhecimento profissional. Hoje, largar tudo para depois começar tudo de novo aos 37 anos, não dá", conclui.