PG3 fez um tour quinta-feira pelos pontos turísticos de Paris ao lado de Jesus Luz, que à noite fez sua primeira apresentação como DJ na capital francesa. Sob um frio de -2°C, conversei com ele sobre sua nova vida de popstar internacional, que inclui até planos de uma parceria com Carla Bruni.
"Eu não tinha noção de que as pessoas de fora me conheciam. Até ir a Portugal", conta o carioca Jesus, 23 anos, sobre a primeira parada da turnê, em Lisboa. Lá, ele gravou seu primeiro clipe, ao lado da dupla Fragma (de Toca"s Miracle), que estreia em abril em lançamento mundial. No enredo, Jesus é um cara normal que se transforma em super-herói, levando sua luz por onde passa. "Conheci a Fragma quando eles tocaram no Boox, no Rio. E pedi que a Dirk Duderstadt colocasse os vocais", conta ele.
Fizemos um teste do poder da música num jantarzinho organizado quarta-feira, em Paris, em torno do DJ. Os convidados levantaram-se e não pararam de dançar. Entre eles, o produtor musical Swizz Beats, que assina os CDs de Beyoncé e da namorada, Alicia Keys. "O som dele tem muita energia, não dá para ficar parado. Quero gravar um single com Jesus, com batucadas brasileiras", disse Swizz.
Assim que soube que o DJ tocaria em Paris, o estilista Ricardo Tisci, da grife Givenchy, enviou um modelito para ele usar na boate Vip Room, uma das mais badaladas da cidade. Mas Jesus cai de amores por um par de tênis em lamê criado por Swizz em parceria com o designer Christian Louboutin, com a famosa sola vermelha em borracha. Detalhe: a peça só chegará às lojas em junho e o carioca é o primeiro a usá-la. "Eu não sou consumista. Se gosto de uma coisa, vou lá e compro, mas tem que ser especial. Gosto mais é de comprar chapéus".
Jesus começa a sentir seu sucesso internacional. Enquanto estávamos na praça do Centre Georges Pompidou, um paparazzo começou a tirar fotos atrás das árvores. "Não me incomodo, não. Eles estão fazendo o trabalho deles". Em frente à Catedral de Notre Dame, turistas brasileiros param, olham e apontam: "Olha lá o Jesus". Na Torre Eiffel, impossível ficar muito tempo, tamanho o assédio.
"Em Portugal, tiveram que fazer aquele cordão de isolamento com vários seguranças, igual ao camarote da Brahma. O assédio lá é maior do que no Brasil", diz ele, que aproveitou a visita para posar para a edição alemã da revista GQ e conhecer o Santuário de Nossa Senhora de Fátima. "Senti uma energia impressionante lá".
O primeiro CD, que chega às lojas em abril pela Record Music e distribuição da Warner, terá arte de Giovanni Bianco, que já trabalhou com Madonna, faixas de nomes consagrados como Tiësto e Benny Benassi e quatro composições próprias. No fim do ano, está programado um segundo CD, com músicas de sua autoria e algumas parcerias. Uma delas, possivelmente, com a primeira-dama da França, Carla Bruni, que já topou. "Teria que produzir algo que tenha mais a ver com o estilo dela, que é mais melódico", avalia Jesus.
Ontem, ele foi cedinho para Marselha, onde se apresentaria numa boate. Depois, segue para Moscou, vai tocar na festa de um milionário que lhe pediu 100 CDs para distribuir entre os convidados. "São Petersburgo eu já conheço; achei o Hermitage inacreditável. Queria poder conhecer mais as cidades que eu visito, mas não dá tempo de fazer passeios como esse", lamenta. Na Notre Dame, ele admira os vitrais, fica fascinado pelas gárgulas e acende uma vela para Joana D"Arc. "Gosto de mulheres guerreiras".
Daqui a uma semana, ele volta a NY, para os braços de sua "família americana", como chama o clã da namorada, Madonna, antes de voltar para a Europa, em abril e maio. Na agenda, consta uma apresentação em Cannes, durante o festival de cinema.
Pergunto se ele está feliz depois da reviravolta que deu em sua vida há 15 meses, quando começou a namorar a popstar. "Tenho trabalhado muito, mas estou empolgado com o CD e com os shows. É bom ver que as pessoas fora do seu país curtem a sua música". Ele mira a Torre Eiffel com o BlackBerry e tira uma foto, que envia por mensagem privada. Para aquela pessoa que a gente imagina, claro.