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Dados do IBGE: miséria diminui, mas desigualdade persiste

Atlas traz panorama social e geográfico do país com dados da última década

Nos últimos dez anos, a melhoria das condições de vida de parte importante da população e a potencialidade do território brasileiro marcaram a dinâmica social e geográfica do país. A conclusão é do Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, lançado nesta terça-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A obra reúne informações levantadas por instituições públicas e traz um panorama geográfico do país atualizado com dados da última década. O documento trata, entre outros temas, da inserção do Brasil no contexto internacional, de meio ambiente, saneamento, diversidade cultural e densidade demográfica.

É dado destaque ao valor estratégico do território brasileiro ante preocupações com a escassez de energia e o aquecimento global, já que o país dispõe de uma matriz energética variada, com o petróleo e a hidroeletricidade, além do investimento na produção de biocombustíveis e em outras fontes renováveis, como a solar e a eólica.

?O Brasil também atende à preocupação global quanto à produção e demanda de alimentos como talvez o maior exportador de grãos?, diz o texto.

Quanto à dinâmica social, o atlas chama a atenção para ?transformações significativas? advindas de políticas de bolsas e de difusão do crédito. ?Criaram-se as classes C e D, cujo consumo ampliou o mercado interno?, exemplifica o documento.

No entanto, embora tenha se reduzido a miséria e muitas pessoas vivam hoje em condições melhores graças ao crescimento do emprego formal e da expansão das bolsas e do crédito, o estudo afirma que ?quase metade da população brasileira permanece sem acesso à rede de esgoto, um indicador de pobreza, tendo em vista seu impacto sobre a saúde humana?.

Além disso, recorda que as desigualdades regionais de desenvolvimento ainda não foram ?plenamente vencidas?. ?A logística do território implementada pelas corporações e orientada para as exportações revigorou a diferenciação entre o litoral e o interior, e entre as metades Sul e Norte do país?, diz o atlas.

Política externa

Ao falar do posicionamento do Brasil no mundo, o documento cita dois fatores fundamentais: a afirmação do país como líder na América do Sul e a abertura de novas frentes diplomáticas, com ênfase para a integração Sul-Sul, eixo da política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.