É dura a vida louca do astro Ricky Martin. Depois de "dormir na caixa" por mais de 20 anos, o cantor, ator e símbolo sexual porto-riquenho saiu do armário em abril deste ano e terminou por saciar uma antiga curiosidade que o público tinha a respeito de sua sexualidade.
Aos 38 anos, pai de dois filhos, nascidos de uma barriga de aluguel há dois anos, o ex-Menudo abre o jogo sobre sua trajetória, os altos e baixos da fama e seus relacionamentos afetivos - com homens e mulheres - na autobiografia Eu (Ed. Planeta, 304 págs., R$ 35), que acaba de chegar às livrarias de todo o Brasil.
Dividido em ordem cronológica - são nove capítulos -, Ricky expõe de forma simples e objetiva detalhes de sua vida sexual e o medo de se assumir gay. "Já achava difícil ser latino em Hollywood. O que poderia ser mais difícil do que ser latino e gay? (...). Cheguei ao ponto em que não podia mais viver sem enfrentar a minha verdade. Decidi contar para o mundo que aceito a minha homossexualidade e celebro este dom que a vida me deu", diz ele.
No livro, Ricky revela que sua primeira transa homossexual aconteceu na época do grupo Menudo. "Eu era o único virgem e era constantemente pressionado (...). Depois da minha primeira vez com uma garota, também tive algumas experiências com homens. Apesar de não querer enfrentar a questão, estava bastante ciente da minha sexualidade", conta.
O cantor também confessa que pensou em largar tudo para viver com um radialista que conheceu na época do primeiro disco solo, Ricky Martin, em 1991. "Ele era um homem muito bonito. Tínhamos uma conexão física realmente intensa (...). À noite, ele ia trabalhar na emissora de rádio, e eu ficava na cama ouvindo a voz dele. Uma vez sugeri que fugíssemos. Mas ele se recusou (...). Foi por causa desse relacionamento que me assumi para a minha mãe", conta Kiki, como é chamado pela família.
Conselho de Madonna
Paralelamente à vida pessoal, o astro narra momentos de glória e dúvida causados pelo sucesso de Livin" La Vida Loca, em 1999. "O selo disse que precisava de um novo álbum, então, simplesmente concordei. Foi uma das piores decisões da minha vida", lamenta ele, que chegou a receber conselhos de Madonna, com quem gravou a música Be Careful. "Ela me disse: "Ricky, se a música, a arte ou a sua carreira começar a tomar conta da sua vida, desconecte-se. É você quem deve controlar sua carreira", recorda ele.
Namorado brasileiro fica de fora da autobiobrafia
Apesar do medo de revelar ao mundo que é homossexual, Ricky Martin conta no livro Eu que a reação de seu pai foi totalmente natural. "Meu pai é um ser humano incrível. É psicólogo profissional e tem uma maneira particular de ver o mundo, muito aberta", afirma ele.
Em outros trechos da autobiografia, o astro também narra um relacionamento arrebatador com uma mulher famosa. "Era apresentadora de um programa de televisão de muito sucesso (...). Adorava sentir o corpo dela contra o meu e quando o cabelo dela roçava no meu peito quando ela estava totalmente entregue (...). Dava-me a estabilidade que sentia falta na minha vida, e permitia que eu me distanciasse da atração por homens, o que sempre me enchia de culpa", diz Ricky.
Já o romance que viveu com o brasileiro André Santos, após o Carnaval de 1996, no Rio, o astro porto-riquenho deixou de fora. Segundo André, Ricky teria se declarado durante uma festa no Copacabana Palace. Depois disso, eles continuaram se falando, quando o brasileiro ligava a cobrar para o celular do astro.
Os filhos Valentino e Matteo
"Quero que meus filhos possam um dia ler este livro e compreender a jornada espiritual pela qual precisei passar para ser capaz de aceitar a alegria de ser o pai deles".
Menudo
"Foi a primeira boy band latino-americana a alçar fama internacional. A banda fez tanto sucesso que, muitas vezes, éramos comparados aos Beatles".
Gay
"Desde o momento em que cliquei enviar para anunciar a minha verdade para o mundo, a chuva de amor que recebi foi surpreendente".