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Homens já são 20% dos pacientes que buscam cirurgias plásticas no Brasil

Pacientes masculinos já são 20% do total de pessoas que recorrem a esse tipo de procedimento no Brasil.

Corpo esculpido em academia, pele depilada, cabelos bem aparados. Nada disso foi suficiente para o administrador de imóveis Cleber Berlado, de 28 anos, se sentir completamente satisfeito com a própria aparência. Há três anos, ele se submeteu a um implante de próteses de silicone no peitoral, para ficar mais ?sarado?, e engrossou as estatísticas de homens que, por vaidade, vêm aderindo a cirurgias plásticas nos últimos anos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), pacientes masculinos já são 20% do total de pessoas que recorrem a esse tipo de procedimento no Brasil. Dessa forma, das 911 mil cirurgias realizadas em 2012, cerca de 182 mil foram em homens.

Novatos em um terreno predominantemente feminino, eles procuram os médicos, na maioria das vezes, em busca de técnicas corretivas e de lipoesculturas. Foi o caso de um promotor de eventos carioca, que quis se identificar apenas como Julio Cesar, de 41 anos. Em agosto passado, ele retirou 3,8 litros de gordura da barriga, costas e flancos. Parte do material foi injetado nos glúteos.

? Foi uma decisão tomada no consultório. Eu era barrigudo e sem nada atrás. Colocava a calça e ela ficava caída, totalmente reta ? conta Julio Cesar, que ainda incluiu no pacote cirúrgico a revisão de uma cicatriz no abdômen.

Qualquer que seja o procedimento pedido, a exigência dos homens é sempre a mesma: resultado natural.

? O que eles mais perguntam é ?não vou ficar com cara de mulher, doutor??. As técnicas são ajustadas para o público masculino, justamente para manter o aspecto natural ? afirma o cirurgião plástico Guilherme Miranda.

Dono de próteses de 300ml de silicone em cada peito, Cleber Berlado também tinha medo de ficar com aparência desproporcional. Hoje, o administrador de imóveis, que fez o implante por não conseguir resultados expressivos na região do tórax apenas com malhação, se diz em paz com o espelho.

Menos preconceito

O crescimento da adesão de homens a cirurgias plásticas estéticas foi maior na última década, segundo Guilherme Miranda, sobretudo graças à diminuição do preconceito.

? Já se entende que cuidar da aparência não afeta a masculinidade. Antes, estar apresentável era algo restrito às mulheres. Agora, eles também querem se sentir mais seguros com a própria imagem ? analisa o médico.

Para o cirurgião plástico Luiz Eduardo Ematne, ser vaidoso é positivo, já que a beleza é um critério usado pelo ser humano para avaliar o outro. Pesquisas indicam que pessoas bonitas têm mais facilidade com relacionamentos, ganham melhores salários e são mais bem atendidas em locais públicos.

? Em exagero, porém, a vaidade tem como efeito colateral o narcisismo e o perfeccionismo, que comprovadamente reduzem a felicidade humana ? aponta.

Homens que desejam se submeter a plásticas não devem esquecer que todo procedimento implica riscos, calculados em exames pré-operatórios, lembra Ematne. Além disso, de acordo com o médico, a cirurgia nunca pode ser encarada como substituta de atividades físicas.

? Mesmo quem coloca silicone no peitoral precisa de musculação depois. Exercícios são para a saúde, não só para a estética ? diz.